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11/10/2010

Instabilidade Borderline

Borderlines têm uma instabilidade emocional excessiva; consequentemente, sentem tudo de forma intensa.

Ferem-se facilmente e deixam-se abalar por situações externas e internas por motivos considerados pouco importantes ou até mesmo fúteis, pelos familiares ou cônjuge.

Não conseguem manter o mesmo humor e emoções num mesmo dia, alternando-o muitas vezes.

Uma característica típica de pessoas emocionalmente instáveis são as constantes brigas no ambiente intrafamiliar, por isso são tidos como agressivos, briguentos ou que reclamam demais.

Mudam de comportamento de forma muito rápida, em questão de segundos.
Agem de forma controlada e apropriada em várias situações, mas extremamente fora do controle em outras.

Facilmente desvalorizam alguém.
Podem adorar a pessoa em um dia, mas no outro podem odiá-la a ponto de maltratá-la e não se importar com isso, afinal, de uma pessoa "perfeita", de repente, passaram drasticamente para uma pessoa "desastrosa" que merece ser tratada assim como ela é vista.

Tais desvalorizações rápidas frequentemente são precedidadas por motivos pouco perceptíveis para a outra pessoa que termina sem entender o motivo por qual foi cruelmente maltratada.

Ao tempo que querem a intimidade a repudiam.
Às vezes querem estar perto de outros, outras vezes querem simplesmente desaparecer.
Empurra o outro para longe justamente quando o outro está se sentindo próximo.

Tendem a ser aquele tipo que quando querem alguma coisa, ficam ansiando e sentindo uma grande vontade de ter aquilo, contudo, se a conseguem, enjoam rapidamente ou não a querem mais.

Não sabem como estabelecer limites de maneira saudável, e a intimidade genuína pode fazê-los sentir vulnerável ou abusado.
Talvez seja por medo de que o outro possa ver o seu "verdadeiro" eu, fique enojado e o abandone.

"Mantenha a distância um pouco próxima": o borderline pode começar a se sentir subjugado ou com medo de estar perdendo o controle quando uma pessoa se aproxima demais dele.

Então, começará a se distanciar para evitar se sentir vulnerável ou controlado.
Ele pode arranjar uma briga com o outro, "esquecer" alguma coisa importante ou fazer algo dramático ou explosivo. 

Mas então a distância o faz se sentir solitário, os sentimentos de vazio pioram e o seu medo de abandono se torna forte.
Então ele faz esforços frenéticos para se aproximar novamente e o ciclo de repete.

Têm dificuldade em dizer exatamente o que gostam, o que querem, de modo que há uma notável tendência à instabilidade não apenas em suas emoções mas também em seus gostos, comportamentos, identidade e auto-imagem.

Frequentemente mudam de gosto drasticamente de um segundo a outro.

Em alguns casos, sua orientação sexual também pode ser instável: uma boa parte dos borderlines têm dificuldade ou instabilidade em relação à própria sexualidade, sendo que frequentemente também não sabem o que são, mudando rapidamente de uma identidade sexual para outra.

Muitas vezes possuem imagens contraditórias de si mesmos.
Possuem dificuldade em saber "quem são" em casos mais graves, perdem totalmente a noção da sua própria identidade.
(fonte: Stop Walking on Eggshells)

Em suma, a instabilidade é o que o borderline tem de mais estável.
Contraditório, né? Como tudo o mais na vida do borderline.

Enfim, a instabilidade está sempre presente.
Ora excessivamente, ora moderadamente.
Instabilidade moderada? Pois é, no Mundo Borderline ela existe.
Um mundo antagônico.
Preenchido por vazios.
Sim, um mundo polêmico mergulhado no extremismo paradoxal.
Wally

8 comentários:

Anônimo disse...

Oi Wally! Você parece ser uma pessoa muito bacana, também quero te conhecer um dia! Bjos

Juliana disse...

Oi Wally
Eu tb fiquei tratando como depressão por uns 4 anos. Depois eu achei que era esquizofrenica. Até que comecei a ir a psicoterapia. Os remédios não te curam, só amenizam os sintomas. E no meu caso, não amenizava muito não, eu tinha mais efeito colateral do que efeito do próprio medicamento. Eu vejo a dificuldade dos psiquiatras em diagnosticar os pacientes, eu ja fui em uns 3, e nenhum deles conversou comigo, apenas me olharam, e me medicaram. Coisa horrível.
Voce nao faz psicoterapia?
Beijo

Felipe M. disse...

Oi Wally, tudo bem?
Realmente é um assunto para se pensar e realmente de certa polêmica, mas como sempre digo
"Se olharmos apenas para o destino da estrada, não observaremos a beleza do caminho nem mesmo os eventuais problemas, e assim, não conseguiríamos vencê-los"
Enormes abraços!

Juliana disse...

Os medicamentos me fazem mal, nao me adequo. Mas eu creio que no nosso caso o mais importante é olhar pra frente sabe, e nao pra tras. Mas se focar no que vai fazer com que a gente melhore, continuar!
Vamos nos falando!
Bom feriado!
Bjo

Srta Solidão disse...

Eu adoro seus posts... me identifico 100% e fico feliz de saber que não é só eu que sofro com tanta instabilidade!

Unknown disse...

Oi Josi :)
Muito obrigada pelo apoio.
Sabe que antes de ter conhecimento da comunidade no Orkut e antes de criar esse blog, o qual me aproximou de pessoas com o mesmo transtorno, eu me achava uma aberração O_o
Estou muito contente por ter tido a oportunidade de entrar em contato com todas vocês!!!

Bjos

Digow disse...

Olha, seu blog simplesmente mto bom...
Mais pessoas deveriam ter a iniciativa q vc tem de manter um lugar como esse, cheio de informações, talvez melhorasse o preconceito das pessoas se elas soubessem q isso realmente existe, q naum eh inevnção ou coisa do tipo...

Unknown disse...

Obrigadíssima pelo incentivo, Digow.
A minha meta é que mais e mais pessoas tomem conhecimento dessas informações.
A ignorância do não-borderline é um grande obstáculo no tratamento do parente/amigo border.

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