Nathan, é um imenso prazer ler o seu blog! Você é uma pessoa extremamente corajosa de se expor e não ligue para os julgamentos das outras pessoas.
Ninguém de perto é normal, já dizia o poeta...
Ninguém de perto é normal, já dizia o poeta...
Descobri-me borderline há pouco tempo.
Sabe aquela sensação de tédio e vazio que te dá a sensação de estar caindo em um buraco nas profundezas da terra? É, essa mesma.
Uma angústia e uma tristeza que vem e que vai, como as ondas do mar?
Eu tenho uma relação há 03 longos anos com um homem borderline também, já imaginou? É, é bem difícil! Vivemos uma verdadeira relação sem noção. É tudo ou nada. Preto ou branco.
As vezes calha dos dois estarem apaixonados um pelo outro ao mesmo tempo, o que de fato, está acontecendo agora. Mas, vou te confessar que é raro!
A nossa diferença que é que faço terapia e tenho consciência desse transtorno, tento levar a vida "um dia por vez", me perdoar, me livrar da culpa, do remorso.
Minha ira e meu ciúmes são bem controlados e trabalho muito a minha auto-estima. Sou jovem, malho bastante, tenho uma alimentação saudável, pratico pilates, sou uma profissional realizada, mas sempre fica faltando algo mais.
Como sou religiosa, católica, praticante, tenho meus princípios e não sou nada promiscua (graças a Deus!) Porque infelizmente isso ocorre com os borders para preencher o vazio da alma.
Eu não. A minha única mutilação é viver uma relação desgastante e pertubadora, onde ele inevitavelmente está sempre me deixando por outra, para logo depois voltar para mim.
Aí eu não quero mais. Fico enjoada, ele flerta novamente, corre enlouquecidamente atrás de mim.
Eu perdoo depois de meses, aí a gente fica de novo e de novo.
Eu perdoo depois de meses, aí a gente fica de novo e de novo.
As vezes nos apaixonamos novamente, outras vezes é carência, outras ainda é só vingança...
31 comentários:
'...tenho meus princípios e não sou nada promiscua (graças a Deus!) Porque infelizmente isso ocorre com os borders para preencher o vazio da alma.'
Encontrar alguém que também é border e não tem sintomas que a maioria dos borders tem, é confortante... as vezes. Sei lá. Que bom.
Tay
Nossa. Veio bem a calhar, viu. lembra o que conversávamos brevemente no Face, Wally?
É... Que furacão!
Este comentário tambémme ajudou a me colocar no lugar do outro, mais do que já faço. Que, quando a gente já tem alguma noção das coisas, a gente sempre tenta se colocar no lugar do outro, mas é só quando sentimos ou quando temos uma empatia verdadeira com o que está sendo expressado que a gente entende melhor. por isto, digo que passei a me locar de maneira, agora, mais eficiente no lugar do outro, eu já fui muito o tipo de Border que tenta preencher o vazio com coisas que só aumentam o buraco... Já magoei muito pessoas com as quais eu me importo...
É, pessoal... Não é fácil, não. Rs.
Também concordo com isso. Essa relação é diferente das outras. Nunca conheci um casal borderline antes. A border do post é diferenciada dos demais pq conseguiu ter sua auto-estima mais bem resolvida do que os demais. O que é admirável...é religiosa e tem princípios, consegue outras formas de preencher o vazio. Essa relação borderline é mesmo um furacão... Mas considero que embora ela relate que seja desgastante, acho que estão juntos pq sendo os dois borders eles entendem um ao outro. De qqer forma, curti esse casal, de verdade, deu até inveja desses dois.
L.
Nossa, e COMO me lembrei, Hami :)
Lembrei NA HORA!!!!
L., eu acho que professar uma fé é um fator de ótimo prognóstico para o borderline.
Mas falando do casal, vou ser sincera, eu não sei se encararia um relacionamento assim. Não sei se teria coragem.
É... eu sei como é difícil conviver com um border... (in)felizmente tenho essa consciência...
Ah, Wally..eu gostei muito desse casal pq sao iguais...por ser emocionante, ter adrenalina, sei la.
Com um nao border, tudo seria mais dificil...
Bom,assim acho.
bjos
L.
Concordo com a Wally é uma experiência bastante complexa. Aparentemente parece até romântica, mas acredito que só na superfície. A border relata que essa é a mutilação da alma dela, logo, essa relação não lhe traz felicidade. Concordo tb com a L. no tocante a força (da border) de vontade e superação em se renovar, ter fé, cuidar da alma e do corpo. Ela conseguiu avançar, mas ainda está sofrendo dentro desse furacão de sentimentos desgastantes.
Consigo entender a atração que os borders possam ter com isso, mas não é nada fácil atravessar a turbulência dessas emoções e manter-se inteiro. O casal precisa fazer escolhas, serem verdadeiros um com o outro e ambos precisam de terapia. Ela já faz, aconselho uma terapia de casal. Quem sabe eles poderiam juntos se cuidarem, se amarem de uma forma mais saudável?
Bjos Wally querida.
Van
Adorei esse post, muito interessante pq nunca conheci dois borders juntos, demais!!!
Eh bem complicado manter uma relação dessa, pq é instabilidade sobre instabilidade. Na área afetiva, eu sofro demais! Eh meu calcanhar de aquiles. No resto sofro com meus impulsos, com meus pensamentos obsessivos, ciúme, repulsa, etc.
Bem interessante essa relação, parece até coisa de novela. Boa sorte para o casal!
Não sou border, mas me comovi com essa história.
Tomara que eles se entendam...fico na torcida.
Muito boa essa história..é uma lição de vida. Nós borders sempre temos a nossa fraqueza, eu tenho muitas. Mas essa border me surpreendeu, de verdade! Pela personalidade dela, pela vontade de mudar, viver um dia por vez! Eh claro que a crise está vindo pela instabilidade afetiva, esse é o desafio dela. torço para que o namorado tb aceite o TPB e se trate. È um csal adrenalina pura!
Parabéns Wally pelo post e por suas observações, sempre profundas.
Que bom que vocês gostaram!! :)
Devo agradecer ao meu amigo blogueiro Nathan que compartilhou esse comentário para ajudar a enriquecer o blog.
E a vocês, claro, por comentarem.
Cada comentário desses enriquece e acrescenta conhecimento.
Tenho aprendido bastante.
Beijo a todos!!!
Também curti esse post. Incrível, mesmo! Achei muito interessante nessa história de "amor dinamite". Todos os comentários só ajudaram a termos uma maior compreensão da nossa doença e de uma forma menos tabu. Parabéns Waaly pelo seu trabalho e dedicação, vc é o máximo!
Um grande abraço,
Elis
Eu amei essa história também. É muita paixão no ar... Apesar de border e saber como sofremos e nossa limitação, nossa instabilidade afetiva.
Torço por esse casal que vive essa história romântica. Sejam felizes.
bjos
Fran
Adrenalina pura. Intensa e profunda essa paixão.
Que eles possam se entender, é o meu desejo.
Abraços,
L.
É... como tudo mais na vida, há vantagens e desvantagens.
A maior vantagem é saber que o outro compreende plenamente o que está se passando com você.
A desvantagem (uma delas) é quando ambos entram em crise ao mesmo tempo. Já pensaram o desastre? Me dá até um frio na espinha...
Agora, naturalmente que se ambos estão se tratando e o que é mais importante, levando o tratamento a sério, a coisa muda de figura. E também acho que outra atenuante é o tempo...
Beijos a todos!!!!
Concordo plenamente com você, Wally. Tudo na vida tem dois lados e não podemos viver somente o melhor deles. Nós borders somos muito intensos em relação aos nossos sentimentos e frágeis, perdidos, inseguros. Mas também considero que quando as crises são simultâneas deve ser dificílimo aguentar o tranco.
Mas o lado bom, quando ambos estão apaixonados um pelo outro, deve ser maravilhoso, sensacional!!! Nós borders sabemos ser românticos e fazer o outro se sentir muito apaixonado. Muito interessante, mesmo.
Beijos.
Van
Eu me encantei com essa história de amor e paixão! Já vivi um lance assim um dia na minha vida...já faz um bom tempo. Sou borderline e namorei um bipolar tipo I. Imaginam? Acabou que não deu certo, mas o nosso caso durou mais de uma ano. Tivemos bons momentos, mas ele acabou me dando o fora....Fazer?
Um bjo
Francine
Amei essa história...romântica e passional. Parabéns pelo post, Wally!!! Realmente é incrível.
abraço,
Lina
Como sou border me comovi com esse post. E com a história desses dois. Um amor tipicamente border. Intenso, extremista, dolorido e passional.
Wally, parabéns pelo post! Vc é demais!
beijos
Flavia
Eu vivo uma história muito similar. Eu amo enlouquecidamente um homem de 42 anos, diagnosticado borderline, mas que se recusa a fazer tratamento. Já estamos juntos há mais de três anos. Namoramos oficialmente um mês e do nada rompeu comigo de forma brutal e inesperada.
E foi dentro do nosso ambiente de trabalho e nada pude fazer, chorei muito por rejeição e humilhação. Foi como se mundo se abrisse em uma fenda aos meus pés.
Depois ele acabou me procurando como se nada houvesse ocorrido. Segurei a onda e fingi que eu estava ótima e havia encarado numa boa nosso rompimento. A dor foi profunda porque ele me fez acreditar que eu era uma mulher perfeita e incrível. E me deixou perdidamente apaixonada por ele.
Depois disso, evitei falar com ele por oito meses. A acabei por perdoá-lo. Ele teve várias atitudes que me conduziram a isso. Nesse interim ele se relacionou sério com outra garota, mas sempre tentava se aproximar de mim.
Quando o procurei para perdoá-lo, porque aquele rancor estava me fazendo muito mal,ele havia rompido o namoro e acabamos ficando e ficando. Mas ele não quis mais compromisso sério comigo. É muito possessivo e ciumento. Mas fico e não fico e percebi, porque estou em terapia que esse relacionamento só me faz mal. Esse blog tem me socorrido porque pude entender que border não tem atitudes por maldade e nem ele estava me usando. Percebi que ele realmente estava acreditando que me amava. Mas algo nas minhas atitudes o decepcionou porque eu não sou perfeita. E como para o borderline é só amor ou ódio, perfeição ou imperfeição. Nunca poderia estar a altura dessa exigência. Esse processo foi muito dolorido de rejeição, e fiz várias sessões de terapia para eu me sentir responsabilizada pelas minhas atitudes para com ele. E saber resistir a essa paixão instável porque não é o que eu procuro na minha vida nessa fase.
Os borders e os não borders podem se relacionar, sim! Mas é preciso fazer escolhas na vida. O que eu quero e espero de uma relação? o que eu suporto, o que eu aguento? Como eu vou caminhar com esse homem...
São esses questionamentos que me fizeram crescer nessa relação. Agora estou me posicionando que quero muito continuar sendo amiga dele. O meu amor está se transformando, quero participar da vida dele em uma outra posição, muito querida: uma amiga verdadeira. Tenho e posso dar muito amor para ele, mas um amor diferente, querido e amigo.
Um grande beijo a você, querida Wally,
Luciana
Nossa, eu adorei esse post, Wally! Sensacional. Os comentários da galera, então, o máximo!!!
Aprendo sempre com essa troca de informações, todos sendo verdadeiros e amigos. Uma verdadeira lição de humanidade e respeito ao próximo.
Parabéns Wally!!! Parabéns!!!
Julia
Uau gente que adrenalina essa casal..Só poderia ser coisa de borderline.
Adorei essa história, muito interessante. também sou border, mas nunca tive relacionamento com outra border antes. Já namorei uma vez, por dois meses uma bipolar. Mas não deu certo, ela era bem mais comprometida do que eu. Não fazia o tratamento direito e mudava de humor a cada semana, parecia que vivia de TPM. Foi interessante porque geralmente EU QUE SOU o problema. É foi bem complicado, inclusive para terminar.
Henrique
Julia, eu também aprendo muito por aqui.
Obrigada por participar.
Bjos
Luciana, fico muito feliz em saber que você está apreciando o blog.
Muito obrigada por compartilhar sua história. Eu vou publicá-la num post logo, OK?
Seu comentário é importante demais e deve ser compartilhado para ajudar outras cuidadoras.
Infelizmente para aprendermos tudo isso temos que passar por muito sofrimento...
Um grande beijo!!!
Obrigada por estar sempre presente.
Nossa adorei esse casal borderline. Interessantíssimo!!!
Muito legal toda a participação das pessoas por aqui. Esse blog é muito especial.
Gostei de perceber os sentimentos desse casal, pq é muito difícil lidarmos com a nossa isntabilidade, medo e incertezas.
bjos,
tania
Ser border realmente é um desafio. E o nosso maior desafio é viver na instabilidade afetiva. Um dia amar para logo depois desamar. uma simples palavra tem a capacidade de mudar toda a situação q vc tinha certeza que era aquela. Já terminei namoro por causa de um gesto pequeno.
bom, é necessário ter muita força de vontade, como diz a Wally,né?
Fabi
Casal adrenalina pura!!! Não poderia ser melhor, acho que ambos devem saber o que o outro sente, sei lá. Mas gostei muito desse post. Interessante!!!
Abraços,
Cinthia
Hum...me sinto na obrigação d dizer q passei (e ainda passo) pela mesma coisa. Tenho 25 anos, fui diagnosticado a alguns anos atrás e já comecei inúmeros tratamentos, mas como tudo em minha vida, não consigo seguir adiante. Graças ao meu interesse no assunto consegui muitas informações importantes q me ajudam a não machucar outras pessoas, mas não consigo deixar d me machucar... sou um caso extremo.... já tentei o suicídio 3 vezes e tenho inúmeras cicatrizes no corpo de queimaduras d cigarro e cortes. Sou usuário de drogas e muito promíscuo. em 2008 comecei um namoro, e foi mto estranho. Conforme o tempo passava fui vendo mto d mim nessa pessoa e qto mais a relação se tornava difícil mais eramos dependentes um do outro. Ela não foi diagnosticada pois é mais nova. O transtorno ainda não afeta tanto sua vida. Bom, finalmente ela conseguiu interromper o ciclo e me deixar. Acho q ela foi a pessoa q mais chegou perto de me entender, e mesmo depois d 6 meses eu ainda a amo muito! Bom, desculpe o falatório, isso foi só um desabafo.
Felipe, muito obrigada por compartilhar sua experiencia conosco.
Sabe, eu também tinha dificuldades em dar continuidade ao tratamento até que cansei de mim mesma rsrsrs e também porque antes os diagnósticos não eram corretos então eu me desanimava.
Seria muito bom se você conseguisse manter o tratamento direitinho. Você teria muito a ganhar.
Falo por experiencia própria.
abraços.
P.S. Vou publicar seu comentário no fim de semana ou começo da próxima, OK?
Não sou boder, estou fazendo tratamentopara transtorno bipolar, mas meu diagnostico ainda não foi definido.
Minha relação com meu namorado é assim. Somos extremamente dependentes um do outros, unimos nossas solidões e nos agarramos cegamente um ao outro.
Émmuito difícil essa relação, mesmo eu o amando muito, o vazio e a escuridão sempre me rondam e há momentos em que eu o odeio.
Tenho muitos cortes, luto para parar com eles, tenho vergonha, escondo, ele briga comigo quando os vê, mas parece que é o que me acalma. Tomo os remédios e estou ficando bem, mas ainda assim continuo tendo surtos, onde a solidão é desesperadora.
Tenho medo que ele vá embora. Ele é tudo o que tenho, não posso suportar ficar na minha miséria. Tenho tanto medo que ele se canse.
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