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17/04/2011

Depoimento - Talvez amanhã eu me Mate


Da série: Comentários que Merecem Destaque
Comentário feito nessa postagem aqui.

Eu me sinto abandonada o tempo todo e passo a maioria do tempo me sentindo vazia.
Sempre acho que as pessoas não ligam pra mim e quase sempre uma palavra basta pra eu achar isso. 
Me apaixono e desapaixono rapidamente, um dia amo no outro dia não. 

As vezes acho que tem gente no meu quarto. Me sinto a pessoa mais vazia do mundo...não consigo concluir uma coisa com interesse, no inicio adoro depois passo a odiar. 

Quando me falam qualquer coisa eu não me controlo e explodo ou tenho crises de choro que acho super fundamentadas e depois não consigo mais saber porque estava chorando.

Não consigo dormir sozinha, sempre tenho crises de solidão; ou acho que as pessoas não me amam ou podem me abandonar sem eu saber. 

Sempre acho que as pessoas estão bravas comigo. As vezes me sinto tão vazia que quero morrer. 

Tenho coisas como prestar atenção nas pequenas coisas e concluir um milhão de coisas que não  existem. 

Também sou mto ansiosa e as vezes se não fizer na hora depois não faço mais porque a vontade passa e eu nem saberia explicar porque eu queria antes. 

Eu digitei tudo isso num monte de site e me disseram que podia ser boderline, eu quero ser como os outros!... 

Pessoas com borderline geralmente procuram ajuda como eu? Ou são incapazes disso? Alguém pode me esclarecer isso?... 

Se puder não demore, to realmente me sentindo vazia talvez amanhã passe como sempre ou talvez amanhã eu me mate... 

Como a Maria já mencionou no comentário dela, esses são sim sintomas de quem sofre de TPB.

Eu tenho quase todos esses sintomas.

O que muda é o grau que eles me agridem e o modo como interajo com eles.
As vezes o sintoma é leve, as vezes é gravíssimo ao ponto de eu perder totalmente a vontade de continuar (sobre)vivendo.

Sugiro que você leia esse post sobre como é feito o DIAGNÓSTICO borderline e independente de você achar que é ou não border, você deve procurar ajuda profissional.

Lembrando que com o tratamento adequado é possível evitar crises maiores ou pelo menos evitar consequências graves.

Mas é preciso muita força de vontade...
Principalmente quando não se tem o apoio da família que é o caso de muitos borderlines, inclusive Maria e eu.

E como você mesma disse, talvez amanhã passe, ou talvez amanhã eu me mate...
Wally

7 comentários:

Helena Polak disse...

Queridas sofredoras com sintomas borderline - sua trajetoria é muito dificil, o mundo todo lhes parece hostil e/ou indiferente, voces sentem em dobro o que as outras pessoas sentem - mas tem sim gente que se importa com voces, e se nao tem apoio da familia (que pode estar tao confusa quanto voces)voces podem encontrar amigos e profissionais que lhe estenderao a mao e lhes ajudarao a sair desse caos. Se quiserem indicacao de profissionais humanos e ao mesmo tempo competentes nessa area, ou indicacao de livros e sites, podem escrever para a Wally ou para mim em helenapolak@terra.com.br.
Com carinho, Helena

Anônimo disse...

Faço tratamento, agora, finalmente, com um profissional especializado no transtorno. O diagnóstico correto é um problema no caso de borders. Existem bons psiquiatras, psicologos, terapeutas, psicanalistas e etc ... mas, os conhecem bem o transtorno, são poucos. Então, frequentemente, somos diagnosticados como bipolares, com TDAH, depressivos e medicados para tal ... OU PIOR, quando eles não conseguem definir o que temos e dizem: "ah eu não gosto de rotular, é um conjunto de sintomas que vc tem(?!?!?!) vamos tratando os sintomas" Isso foi muito complicado pra mim pq eu me via cada vez mais sozinha, sem saber o que estava acontecendo, perdida ... agindo de maneira que os outros não entendiam, que nem eu entendia ...

Comecei o tratamento correto faz poucos meses. Eu acho que nunca me acomodei e nunca deixei de questionar e xeretar em livros, net, etc até que eu mesma procurei uma pessoa que trabalhava com borders e que fez o diagnostico correto. É claro que muitas vezes queria desistir. Eu me achava "louca". Os outros me chamavam de maluca. Meu comportamento não se encaixava no "padrão". Meus namoros eram turbulentos demais ... quando conhecia um rapaz tinha muito medo de me aproximar mas depois tinha muito medo de ser abandonada, rejeitada. Não conseguia e não consigo manter uma atividade, a menor que seja, até mesmo ver um DVD inteiro ... e ouço, vc deve se concentrar rsrs, vc não se esforça, vc não tem força de vontade ... enfim, tenho todas as dificuldades de um border ... e acho que, por isso, não me sentia confortável quando diziam "vc tem um conjunto de sintomas" ... por favor, né? O diagnóstico correto é muito importante pra comerçarmos um longo trabalho, degrau por degrau, pra tentarmos ter o mínimo de qualidade de vida, para continuarmos (usando o verbo q a wally sabiamente usou), pelo menos, (sobre)vivendo.
O tratamento correto é uma porta pra que possamos nos entender melhor.
Beijo pra todos
Maria

Unknown disse...

Comigo foi a mesmíssima coisa, Maria.
Primeiro depressão. Depois Bipolar.
Por fim, eu mesma cheguei com o diagnóstico no médico que FELIZMENTE aceitou.
Melhorei muito desde então!
Infelizmente a situação ambiental no momento não me permite estar tão bem... e sou muito influenciada pelo que acontece ao meu redor.
Mesmo assim... sou muito grata a esse médico.
A maioria rejeita o diagnóstico levado pelo próprio paciente...

bjos

Anônimo disse...

Obrigada pelo apoio.. sou a autora do post.. gostaria sim de livros ou sites que vcs recomendam.. poderia ajudar... meu e-mail é: Bea_s@live.com
obrigada

Cicie disse...

Oi... Sou Cicie, uma nar-anon em recuperação, gostaria de saber se posso postar alguns posts do seu blog no meu, tenho amigos depressivos, adictos e bi-polares, enfim acho que todos sofremos de um mal que talvez a sociedade ainda não está pronta para encarar sem preconceito.
Acho que quanto mais divulgarmos essas realidades mais as chances de recuperação podemos ter, além do fato do apoio mutuo.

Unknown disse...

Olá Cicie :)
Pode sim, fique a vontade.
Só peço que cite a fonte redirecionando o link à postagem original, OK?

Abraços

Tatiana Russo de Campos - Escritora disse...

Não é fácil. Diagnosticada, e sinto tudo o que a menina descreveu... Ás vezes parece que sobrevivemos.

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