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16/01/2011

Depoimento Borderline - Catalizador de Mudanças

"Como um borderline padrão, eu acreditava que deveria existir algum tipo de choque ou susto que serviria como um catalizador para mudar. 

Em vários momentos da minha vida, eu fui forçada a fazer terapia. Eu não tinha o desejo sincero de mudar, eu só não queria perder alguma coisa. 
E isso não era suficiente. 

Meu choque foi o olhar de meu filho de quatro anos de idade quando eu perdi a cabeça e comecei a bater nele até suas coxas e seu rosto ficarem vermelhos. Ele não tinha feito nada de errado. Eu o estava surrando por ser uma criança quando eu não me sentia como sendo uma mãe. Ecos do meu passado. 

E quando no início ele começou a gritar com toda a sua força, isso alimentou meu frenezi e me deixou mais furiosa. Eu bati mais forte nele e usei a velha frase do meu pai: 'Eu vou te dar um motivo pra chorar'

Finalmente, ele parou de chorar. Ele estava apavorado pelo que eu faria a seguir. E em seus olhos, bem abertos num olhar de total terror, eu vi o reflexo de meus próprios olhos de anos atrás – reflexos dos quais eu tinha passado um vida toda fugindo. 

Aquele foi meu choque. Eu não poderia jogar a culpa disso em ninguém. Eu não poderia jogar a culpa disso numa administração universitária que era muito provinciana e autoritária. Eu não poderia jogar a culpa disso em um marido que não ganha dinheiro suficiente, ou que não faz isso ou aquilo o suficiente para mim. Eu não poderia jogar a culpa disso em um chefe superzangado, num vizinho safado ou ninguém mais. 

Olhando para os olhos indefesos e apavorados do meu filho, eu pude ver que era eu. Completamente eu. 
E eu sabia que   teria que mudar as coisas ou morrerPorque eu não poderia mais conviver com a pessoa na qual eu tinha me tornado."



(fonte: trecho extraído do livro Stop Walking on Eggshells)

7 comentários:

Carla Dias disse...

PUXA....
eu tenho esse livro. Meu marido já o leu, mas eu não tenho coragem. Tenho medo de encontrar muitas coisas que vejo em casa todos os dias.
Aqui, lendo aos pouquinhos é mais fácil, mas esta frase:

"teria que mudar as coisas ou morrer. Porque eu não poderia mais conviver com a pessoa na qual eu tinha me tornado."

me impressionou muito.
E se o Border escolhe a pior das mudanças??? É que isso já aconteceu antes, mais que uma vez ... sem sucesso - ainda bem !

Unknown disse...

Eu também acho mais interessante ler aos poucos... parece que pesa menos, né?

Carla, um border não tem como mudar pra pior!
Ele pode sim, tomar atitudes avassaladoras piores do que as que já tem tomado... mas mudar pra pior, simplesmente não é possível.

O meu catalizador de mudança foi meu casamento.
O choque veio quando me dei conta que meu relacionamento estava ruindo.

Essa consciência foi o suficiente para me impulsionar a ir atrás de ajuda e a me esforçar o máximo possível...

Anônimo disse...

Boa Tarde!
O meu choque foram 2 episódios...Eu era noiva ia me casar com um rapaz e na véspera de casar (iamos casar somente no civil) rasguei o vestido e fui embora.
Passado +- 1 mes e meio conheci meu marido atual e começaram as brigas e problemas, resultado percebi que não era normal ter aquelas atitudes, dai continuei ir na terapia e meu marido me estimnulou a saber o que eu tinha, dai descobri que era borderline.

Eu tenho muito medo de ter filhos, inclusive já descartei essa possibilidade.
Meu marido quer porém eu falo para ele que não quero e não tenho vontade. Mas creio que seja mais medo de ter acessos de ira e não saber ser uma verdadeira mãe para com a criança.
Além disso me sinto imatura para ser mãe...

Bjus.
Priscila MT.

Unknown disse...

Pri, eu também morro de medo de ter filhos...
Uma pena já que meu marido seria um pai maravilhoso.
Mas tenho medo de me tornar uma mãe ausente.

Além disso, não gosto muito de crianças...

Bjus

Anônimo disse...

Wally sinto a mesma coisa.
Meu marido se dá seuper bem com crianças, quer ter filhos.
Mas eu nem gosto e nem tenho vontade.

Priscila MT.

Unknown disse...

Quando me casei, eu tinha 27 anos... e me propus ter filhos até 30 anos (por causa de prováveis complicações na gestante com mais idade). Os 30 chegaram e eu adiei pra 32. Até que ano passado, com 33, eu dei um basta a minha própria pressão psicológica. Conversei com o habiby e decidimos que se um dia optarmos por filhos podemos sempre adotar. Fiquei muito mais aliviada. Aquela pressão me angustiava... já não bastava a pressão da sociedade ainda tinha a minha própria!!

Anônimo disse...

Pois é acho que mtas coisas tipo stress, ou até mesmo algum problema de saúde, que nós borders podemos adquirir é resultante de nossas próprias cobranças e ansiedades.
Poxa, eu to començando a relaxar mais sabe no bom sentido.
Me cuidar mais etc.
Pois a gente bem o corpo fica bem...

Bjus,
Priscila MT.

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