Ramadan: O Mês do Jejum

Nesta quarta, dia 11 de agosto de 2010, tem início o mês de Ramadan, o nono mês do calendário islâmico que é lunar, diferentemente do calendário cristão, que é solar. 

Neste mês, os muçulmanos jejuam do raiar da aurora até o pôr do sol, sem ingerir nenhuma espécie de alimento, bebida e abstendo-se de relações sexuais. 

Esse período tem duração de 29 ou 30 dias.

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Este é um mês muito importante para os muçulmanos, pois nele foi escrito o Alcorão. 

De acordo com especialistas muçulmanos, a prática do jejum traz diversos benefícios. 

No que tange à saúde, o jejum é classificado como uma dieta alimentar que elimina os resíduos e o excesso de umidade dos intestinos, reduz o índice de açúcar no sangue, revitaliza a circulação, reduz o colesterol, ajuda nos males da pele – uma vez que diminui o índice de água no corpo e no sangue –, dentre vários outros benefícios.

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Através do jejum, os muçulmanos afirmam ser possível exercitar a paciência, a disciplina e o autocontrole, pois, ao sentir fome ou sede no decorrer do dia e saber que só poderão comer ou beber no pôr do sol, e mantendo-se  firmes nesse propósito, estão colocando em prática tais virtudes.

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Religiosamente falando, o jejum cria no muçulmano o espírito humanitário e de solidariedade. 

O ato de jejuar por um período determinado de tempo, ao passo que muitas pessoas não têm o que comer por vários dias seguidos, os incentiva ainda mais a auxiliá-las.

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Em suma, dizem os seguidores do Islamismo que este mês é uma verdadeira escola, onde o muçulmano faz um “curso intensivo” a fim de vivenciar o Islam ainda mais e inseri-lo no seu cotidiano durante todo o ano.

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O verdadeiro muçulmano procura se empenhar ao máximo tanto em relação às práticas diárias de adoração, como a oração, a leitura do Alcorão, o jejum, dentre outras, quanto nas práticas morais e sociais, como ajudar ao próximo, perdoar, não discutir, não ofender, etc.

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O jejum é um ato de devoção, e não há méritos se uma pessoa jejuar e ao mesmo tempo mentir, falar mal dos outros, não cumprir com sua palavra, e outros atos detestáveis perante Deus. 

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Disse o profeta Maomé:

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“O muçulmano que não deixar de dizer inverdades e não abandonar todas as formas de maldade no Ramadan, não lhe adiantará jejuar, pois a Deus não interessa que o muçulmano deixe apenas de comer e beber.”

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E também: “Quando um de vós se levanta de manhã em estado de jejum não deve usar linguagens obscenas nem praticar qualquer ato de ignorância. E se alguém vos caluniar, ou quiser discutir convosco, devereis dizer: estou jejuando, estou jejuando.”

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E disse ainda: “Muitos jejuadores apenas obtêm a fome e a sede, assim como muitos ao fazerem a prece nada obtêm além do cansaço físico e a vigília.”

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O jejum é obrigatório para aquelas pessoas que alcançaram a puberdade e gozam de boa saúde física e mental. Os que se encontram enfermos, tomando medicamentos, os idosos sem condições de fazê-lo e as mulheres em período menstrual têm a isenção. 

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Isso é uma demonstração clara que o objetivo principal do jejum não é o sacrifício, e sim tudo o que o segue em termos de boas práticas, que são acentuadas neste mês. 

É também uma oportunidade de se fazer uma auto-avaliação, com o propósito de ao se detectar as próprias falhas, procurar trabalhar em cima delas a fim de se tornarem seres humanos cada vez melhores.