Da série: Comentários que Merecem Destaque
Sou filha de um médico cirurgião, absolutamente egoísta, que espancava a minha mãe todas as noites, depois que chegava do plantão do hospital, na maioria das vezes drogado.
Minha mãe nunca estava por perto, sempre correndo e apanhando do meu pai, sempre atrás de suas amantes, na maioria das vezes, enfermeiras de plantão.
Até hoje, não sei se isso é verdadeiro ou fantasia da minha mãe. Vivia sozinha e nunca podia nem respirar, senão apanhava, apenas por existir. Tenho marcas pelo meu corpo.
Agora, mais velha, olho para trás e vejo que me tornar borderline não restava outro caminho de escolha para o meu ego aguentar tanta violência.
O nosso estigma é triste, carrego as marcas da minha trágica infância, buscando em cada rosto de um homem, o pai perfeito que nunca tive.
Agora sob tratamento e com o carinho de meus avós paternos, porque, graças a Deus, meus pais perderam a minha guarda, pude refazer a minha vida.
E sou borderline.
Beijo, Ricardo e obrigada por me defender outro dia no post do Fred e curadora apaixonada.
Luciana
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