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09/01/2011

Co-dependência Borderline - Depoimento

Depoimento de um cuidador:

Eu sentia como se tivesse falhado no relacionamento. Eu achava que se apenas persuadisse minha esposa a receber a ajuda que ela precisava, tudo iria ficar bem. 

Apesar do abuso, eu sentia que não podia deixa-la. Como eu poderia abandonar alguém que já tinha sofrido tantas desgraças na vida? 
Eu achava que se eu apenas tentasse um pouco mais, conseguiria conserta-la e compensar todo o abuso que ela sofreu quando era criança. 

Isso me foi confirmado uma vez quando eu tentei partir. Eu nunca vou esquecer o olhar no seu rosto no momento em que ela me dizia com grandes olhos tristes que estava feliz por eu ter voltado. 

“Porque você está alegre?” eu perguntei. 
Ela respondeu: “Por que quem mais iria tornar minha vida melhor?”

Eu decidi consultar um profissional e contei-lhe toda a história, o que levou meses. Um dia, ele me disse: 
.
"Quem você pensa que é? Deus? Bem, você não é Deus. Você não é responsável. E você não poderá mudar isso. Seu trabalho é aceitar esse fato. Viva com isso! E tome as decisões que você tem que tomar para viver a sua vida.".
(fonte: trecho extraído do livro Stop Walking on Eggshells)

6 comentários:

Carla Dias disse...

É fácil para quem está do lado de fora dizer para o cuidador ser livre e seguir seu rumo.
Mas a verdade é que vivemos em comunidade. Partilhamos a mesma casa, a mesma mesa, as mesmas alegrias e tristezas.
Se uma família tem um membro doente, então deverá ser solidária e cuidar desse membro.
Se a doença não fosse Borderline, mas com outra deficiência qualquer, se não tivesse braços ou pernas, a família iria abandonar esse membro?
Não há alegria maior que ver um sorriso de consolo na cara de quem estamos a cuidar...
Beijos,
Carla

Unknown disse...

De fato, Carla.
Mas deve ser muito desgastante!!
E acredito que a mãe suporta mais (quando o filho é border) do que o marido/esposa pode suportar do parceiro.

beijão

Anônimo disse...

Concordo Wally, ainda mais que estamos numa sociedade que separar e casar se tornou algo como tirar e colocar uma roupa diferente...
Acredito que para mãe e pai talvez seja dificil porém o amor materno e/ou paterno supera.
Mas no caso de um marido ou esposa se torna bem dificil a pessoa entender o que o border sente, separar que ele não faz as coisas por que quer...
entender que ele não queria ter border...
Não se limita ao parceiro(a)...muitos amigos, família do marido, entre outros acham que é uma depressão rapidamente curável, e dizem que a doe~ça não é motivo para agir de determinada forma...ou seja muitos não entendem e acham que agimos de determinada forma porque queremos...

Bjus.

Priscila MT.

Unknown disse...

Pois é Pri.
Quem ainda acredita que o amor vence tudo está muito enganado.
O amor humano é muito falho.
E é preciso mais que amor e respeito para conseguir tolerar certos comportamentos. É preciso compaixão e interesse no outro!!!

bjos e obrigada por comentar sempre!!!

Anônimo disse...

Olá pessoal ,gostaria de dar meu parecer com meus dois olhares...
o de uma pessoa que amou intensamente um border
e de uma pessoa que trabalha com saúde mental!Pois sou ambas as coisas!

Bem primeiro achei perfeito a colocação deste terapeuta,o amor não salva neste caso,provavelmente a pessoa sofreu muitas violências desde sua infância e estas não podem ser tratadas dentro de uma relação amorosa e sim no setting terapeutico com um profissional habilitado onde haja um distanciamento afetivo sulficiente para que a realidade seja exposta para esta pessoa acometida deste transtorno!

Se este homem não buscasse ajuda e continuasse a brincar de eu sou o f... e vou arrumar ela e o mundo,o que aconteceria era que fatalmente este Senhor (e todas as pessoas que possuem essa idéia romantica e fantasiosa da realidade) iria sucumbir a doença do outro e ser apenas mais uma extensão do comportamento boderline,pensem na frase " se não pode com o inimigo junte-se a ele!"
Gente quem tem um parente,namorado,ou possui o transtorno deve se conscientizar de que os tratamentos são essenciais e ninguém vai te tira desse vaziu além de vc mesmo e os profissionais habilitados!
Bem eu abandonei meu relacionamento,amando muito,mas percebi que envolvida emocionalmente não se ajuda ninguém e...que aquilo estava me violentando aos poucos,pois a agressividade era a única coisa constante,há momentos que precisamos pensar na gente e isso é um sinal de SAÚDE!Para os parceiros destas questões tão complicadas fica a dica de...procurar ajuda de fora e sempre pensar "o que eu estou fazendo?"Pq assim agente não erra!
Isso não é egoísmo é consciencia,pq de fora da realidade já basta o outro não é verdade?!Precisamos ajudar esta pessoa a encarar os fatos e não nos perder junto com ela,Sorte!

Unknown disse...

Pois é... acho que tantos cuidadores se perdem junto com seus borderlines... =/

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