Um concurso de desenhos do profeta Maomé proposto por um usuário ocidental do Facebook provocou uma forte controvérsia no Paquistão.
A controvérsia nasceu há um mês, quando um usuário ocidental propôs um concurso intitulado "O dia dos desenhos de Maomé" ("Draw Muhammad Day").
Desde então, milhares de paquistaneses e muçulmanos de outros países estão protestando no Facebook.
O porta-voz do ministério paquistanês das Relacões Exteriores, inclusive, condenou a iniciativa.
"Nós condenamos energicamente a publicação de charges no Facebook. Feriu os sentimentos dos muçulmanos de todo o mundo", disse o porta-voz Abdul Basit.
"Atos semelhantes não ajudam a promover a harmonia entre as religiões no mundo. Fomos contrários a tais atos no passado e continuaremos nos opondo e protestando no futuro", afirmou.
A Autoridade de Telecomunicações do Paquistão bloqueou o acesso ao Facebook na quarta-feira e ao YouTube nesta quinta-feira, depois que um usuário do Facebook pediu aos internautas que enviassem charges do profeta Maomé.
Nesta quinta-feira, ocorreram também manifestações hostis ao Facebook, apesar de não violentas, em várias cidades do Paquistão.
Uma centena de estudantes protestaram convocados por um partido islamita, para pedir um boicote ao Facebook e ao YouTube. Os manifestantes gritaram slogans antiocidentais e pediram aos muçulmanos que "sacrifiquem suas vidas pela glória do Islã e do profeta Maomé".
Na quarta, a pedido de um grupo de advogados, a Alta Corte de Lahore (leste) ordenou às autoridades que bloqueiem o acesso ao Facebook até 31 de maio, data da audiência que julgará o caso.
O governo ordenou rapidamente a todos os provedores de internet que bloqueiem o acesso ao site www.facebook.com "até nova ordem em virtude do julgamento".
E, depois do Facebook, nesta quinta foi a vez do Youtube. As autoridades ordenaram aos provedores que bloqueiem o acesso ao www.youtube.com "pela multiplicação de conteúdos sacrílegos", referindo-se também aos desenhos de Maomé.
Nos Estados Unidos, o Facebook se declarou "muito decepcionado pela decisão da corte (de Lahore) de bloquear o site sem aviso".
"Estamos analisando a situação e as implicações judiciais, e tomaremos as medidas apropriadas, que poderão incluir a impossibilidade de que os usuários do Paquistão tenham acesso" às páginas incriminadas, prometeu o Facebook em sua sede em Palo Alto, Califórnia.
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