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10/02/2011

Borderline é uma Doença?


Da série: Termos de busca
Termo de busca escolhido: borderline e uma doenca.

Há quem diga que sim, há quem diga que não. 

Eu, particularmente, fico com aqueles que afirmam que Não, o TPB não é uma doença!

Já digo o porquê. 

Vejamos a definição de doença:

(do latim dolentia, padecimento) é uma condição anormal de um organismo que interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos... 

Agora, vejamos a definição de transtorno:

Transtorno tem por característica um comportamento que exprime contrariedade, decepção, marcadas por atitudes que revelam desarranjo ou desordem neurológica.

É a mesma definição? Não!!
Agora leiam isso:

Em psiquiatria e em psicologia prefere-se falar em transtornos ou distúrbios psíquicos e não em doença; isso porque apenas poucos quadros clínicos mentais apresentam todas as características de uma doença no sentido tradicional do termo - isto é, o conhecimento exato dos mecanismos envolvidos e suas causas explícitas. 
O conceito de transtorno, ao contrário, implica um comportamento diferente, desviante, "anormal".

Como já mencionei no post Entendendo o Transtorno de Personalidade Borderline, a melhor forma de entender esse transtorno é compará-lo a um déficit.

Imaginem um coxo (uma pessoa manca).
Visualizem um coxo andando.

Eis o perfil de um Borderline!
Uma pessoa manca não possui uma doença, possui um déficit!
É isso o que define um transtorno de personalidade. Um déficit na personalidade do indivíduo
.

Um manco é doente? 
Não!!! Ele é deficiente!!

Um borderline anda sempre coxeando. (figuramente falando, claro!)
O que faz um coxo quando anda?
Ele manca. Não consegue andar corretamente.
Quando um coxo quer se parecer o mais próximo de um não-coxo, o que ele faz?
Procura um ortopedista que desenhará um sapato especial para endireitar seu andar da melhor forma possível.

Então essa é minha opinião! Borderline não é uma doença, é uma deficiência (déficit) que pode ocorrer na personalidade... 

E o que é melhor: é um déficit que tem conserto
Se o conserto fica perfeito? 
Nada é perfeito! 
Se chegar a 90 ou até 99% já está muito bom... afinal ninguém tem saúde perfeita...
E é nessa direção que estou caminhando... e mancando cada vez menos...
Wally elsissy

14 comentários:

Anônimo disse...

Wally,
eu nunca tinha lido tanto sobre mim quanto o que você escreveu sobre Quem é você.... me emocionou! e me confirmou que sou alguém com outro alguém tão esclarecido como você!
obrigada, Cássia Santana Ribeiro

Unknown disse...

Oi Cássia, seja bem-vinda!!!

Foi Clarice Lispector quem escreveu aqueles dizeres, por isso usei aspas... mas é exatamente como me sinto.

Aliás, tudo indica que Clarice também era borderline, por isso os borders se identificam demais com ela.

Abraços e apareça sempre!!!

Julianna Louise disse...

Wallytaaaaaaaaaaa !!!

Concordo com vc, BORDER não é doente ...
Odeio quando vem aquelas pessoas metidas a psiquiatras falando q border é doente :(, ou pior falando q isso não existe e é tudo frescura de quem não tem um monte de lou§a pra lavar e roupa pra passar ...

Beijos milllllllllllllll

Unknown disse...

Nem me fale!!!

Na verdade todos os transtornos psicológicos e mentais trazem consigo um estigma muito forte.

Me lembro quando criança de ouvir várias vezes que esse papo de depressão é conversa fiada e que preguiça então tinha mudado de nome?

Coisas desse tipo, sabe?

Ultimamente até que melhorou - aqui no Brasil porque no Egito o preconceito ainda é muito forte - mas ainda assim o estigma persiste.

Beijos e boa sorte para nós!!!

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você Wally.
Eu costumo dizer que os borders são pessoas especiais, que precisam de um estilo de vida especial, bem como os deficientes. Não somos doentes de fato, o que temos na verdade é uma desorganização mental que reflete na nossa personalidade, que é anormal e desajustada.
TRANSTORNO = BAGUNÇA, DESORDEM, DESORGANIZAÇÃO.

Portanto não temos mesmo uma doença, apenas temos uma personalidade diferente das demais, como se fosse um design defeituoso de um produto padronizado. E somos desajustados porque nosso comportamento é fora dos padrões comportamentais da sociedade. Não sei se você já sabia disso Wally, mas existem borderlines em vários graus ou estágios: leve, moderado ou grave. Não sei qual é o seu grau do transtorno, mas você me parece muito bem e bastante controlada (calma).

Quanto à cura, eu não acredito que ela exista de fato, pois a personalidade é algo que nasce com a gente e é imutável (todo psicólogo ou psiquiatra diz isso, meus professores da faculdade de RH eram quase todos psicólogos e sempre faziam essa afirmação), e personalidade não tem cura, embora possa ser moldada. Os nossos instintos violentos e manipulativos continuam dentro de nós intactos, o que acontece é que não deixamos que eles controlem a nossa mente. E é por essa razão que não acredito na cura, porém eu acredito que exista o CONTROLE, isso sim. Controle não só com remédios, mas também o AUTOCONTROLE. Eu tomo sertralina 100mg, é claro que às vezes tenho vontade de esfaquear um, mesmo tomando remédio, mas nessa hora eu apelo pra minha razão e não pra minha emoção. Se eu for seguir a minha emoção, não sobra ninguém vivo perto de mim, porque sempre tem alguém que me irrita. Mas o autocontrole é justamente isso: ouvir a razão e não a emocão. Porque se você ouve a razão, então você consegue medir e prever quais serão as possíveis consequências dos seus atos e palavras ditas. E é isso o que eu exercito todos os dias, é uma tarefa árdua pra qualquer borderline, mas é melhor agir assim, se policiando o tempo todo, do que dar vazão aos nossos instintos e sermos vistos como loucos ou monstros cruéis e sermos excluídos do convívio social, como acontece com tantos borderlines que acabaram internados em sanatórios (sim, as clínicas psiquiátricas estão cheias de gente com o mesmo problema que nós). Uma vez li um artigo acadêmico onde os psquiatras fizeram um estudo sobre a personalidade borderline e constataram que muitos borderlines estã internados em clínicas e precocemente aposentados por invalidez.

Grande abraço Wally.
Liliane

Unknown disse...

Liliane,
Muito obrigada por sua participação tão especial!
Seu comentário é importante demais pra ficar só aqui... vou postá-lo na categoria "Comentários que merecem destaque"

Obrigada novamente! Adorei!!!

Beijos

Anônimo disse...

Puxa! Eu é que fico lisonjeada com o seu gesto de publicar o meu comentário no seu blog Wally :)
Gostei muito de poder ajudar a esclarecer o que acontece na nossa mente, pois a gente sabe que nem todos nos compreendem devido à complexidade da nossa "personalidade especial".
Muito obrigada por dar destaque ao meu comentário, obrigada de coração mesmo!

Beijos e sucesso pra vc e pro seu blog.

Liliane

Anônimo disse...

Olá Wally, vou tentar postar rsrs
Queria deixar meu comentário a respeito do assunto.
Concordo plenamente com você. Borderline não é uma doença. É um (a própria definição diz) transtorno de personalidade. Transtorno de qual personalidade? Estado Limite (ou, também chamada limítrofe). Não nascemos borderlines. Nascemos com a personalidade estado limite MAS com uma pré-disposição a termos o transtorno.
Nem toda pessoa que tem a personalidade Estado Limite tem a pré-disposição a manifestar o transtorno Borderline. E nem todo mundo que tem a pré-disposição vem a manifestar o transtorno. Existem alguns fatores que levam a manifestação do mesmo (fator genético, histórico familiar, fator ambiental).

E, como a Liliane colocou, existem "níveis" de borderlines. Mas, não apenas brando, moderado e forte. Vai de uma escala de 1 a 1000. Varia muito. Difícil medir ou dosar.

Transtorno borderline não tem cura. Tem, sim, tratamento. Como você enfatiza (aliás, parabéns por ser sempre tão positiva e dar tanta força pras pessoas que lêem e participam do seu blog), a terapia e a medicação são extremamente importantes pra nos ajudar.
Beijos

Anônimo disse...

Ah consegui publicar o comentário! mas esqueci de assinar !!
Beijos
Maria

Unknown disse...

Obrigada Maria vou repostar seu comentário como combinado, OK? :)

bjos e obrigada por participar!

Taciana Franco disse...

Wally, aqui no Egito nem digo que seja preconceito, eh falta de informacao dos profissionais mesmo!
Aqui psicologo eh considerado medico "de louco", imagina psiquiatra??
Te contar um caso de alguem que sempre a minha sogra ajudou financeirmante.
Um rapaz iria se casar com uma moca, noivaram e tudo, 10 dias da cerimonia a menina devolve a alianca e diz que nao vai casar mais com ele pq ele ganha pouco (vc sabe como funciona isso aqui, ne?), que iria se casar com um encanador pq ele ganhava mais... O rapaz surtou, parou de trabalhar e ele criou uma obsessao com a garota. Depois de uns meses as pessoas notaram que ele nao estava normal, levaram ele ao medico que receitou medicacao pesada porem nada de terapia ou psicologo. O que acontece agora, ele nao pode trabalhar e sempre que reduziam a tal da medicacao ele surtava e o colocavam em hospicio pra tratamento com eletrochoque, mas nada de psiquiatra/psicologo. Passados 20 anos ele continua entre idas e vindas do tratamento de choque. Esses dias ele foi mandado pra la pq parou de tomar a medicacao e comecou a dar problema na rua, e o pior eh q ele ainda continua dormindo com a foto dessa mulher em baixo do travesseiro e a alianca que era dela pendurada no pescoco. Entao, eu digo, aqui medico normal eh uma lastima, ja ouvi cada absurdo que vc nao tem ideia, coisa que qq um pouco mais instruido saberia dizer que nao se aplica mais certos tratamentos e aqui ainda continuam. ENtao, nao eh preconceito, eh falta de informacao MEDICA mesmo. Uma pena!
bjao

Unknown disse...

Taci, eu acredito mesmo.
Tenho uma amiga brasileira que mora na Suécia que afirma que o Sistema de Saúde de lá é pior que o nosso no Brasil... quem dirá no Egito?

bjos e obrigada por compartilhar!!

Nil disse...

Estou sofrendo muito, pois por mais de 10 anos fui diagnosticada com Depressão e depois bipolaridade. Neste periodo sempre falei aos médicos que tinha muito medo, pois o vazio, o cinza, a tristeza não saiam da minha vida mesmo com toda a medicação e terapia. Somente no final do ano passado, depois que perdi tudo. Fui diagnosticada com borderline. Estou fazendo o tratamento através de medicamentos, não consegui fazer a terapia ainda.
Não tenho mais nada em minha vida, trabalho, amor, amigos, apenas a solidão.

Anônimo disse...

QUE BACANA ENCONTRAR UM SITE QUE FALE SOBRE OS BODERLAINES, FAÇO TRATAMENTO HÁ 10 ANOS E ESSE TEMPO TODO ETOU AFASTADA DO TRABALHO, ALÉM DO TRANSTORNO TENHO UMA FOBIA ENORME DE CONVIVER EM SOCIEDADE. NO PERCURSO DESSE TEMPO PERDI MUITA COISA POR NÃO ENTENDER O QUE SE PASSAVA, ME APOIAVA APENAS NAS INFORMAÇÕES DOS PSIQUIÁTRAS, PSICÓLOGOS E DAS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. O QUE MNE FEZ SUPERAR O TABU DE TER UM TRANSTORNO MENTAL, FOI Á BUSCA POR INFORMAÇÕES, POIS SÓ ASSIM CONSEGUI CONTROLAR MINHA MENTE, NA VERDADE A AJUDA EXTERNA, NÃO É TÃO IMPORTANTE QUANTO O NOSSO DOMÍNIO INDIVIDUAL. EXISTE UM PRECONCEITO ENORME E UMA FALTA DE ENTENDIMENTO ABSURDO QUANTO Á PESSOA QUE TEM UM TRANSTORNO MENTAL. E ISSO DIFICULTA A RECUPERAÇÃO EM GRAU E GENERO, ISSO PORQUE ÁS PESSOAS ACHAM QUE POR TERMOS UM TRANSTORNO TEMOS QUE SER BURROS, MAL INFORMADOS E ETC. MUITO PELO CONTRÁRIO NOSSA INTELIGENCIA CHEGA Á SER DIFERENCIADA E MAIOR DO QUE Á DOS OUTROS. A GRANDE MAIORIA DA SOCIEDADE NÃO SABE DISCERNIR Á DIFERENÇA ENTRE O DOENTE MENTAL E O DEFICIENTE MENTAL.

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