Em 1904, o alemão Wilhelm von Oster ficou famoso por suas apresentações com Hans - um cavalo que era capaz de "quase tudo, menos falar".
Segundo o dono, Hans fazia cálculos matemáticos complexos.
Quando perguntavam a raiz quadrada de quatro, o bicho respondia batendo o casco duas vezes no chão.
A conexão era tanta que Hans acertava o resultado mesmo quando seu mestre não fazia as perguntas em voz alta - e apenas pensava nelas. Havia quem jurasse de pés juntos que o cavalo lia a mente de Von Oster.
A dupla rodou a Alemanha em apresentações fantásticas, e deixou estudiosos debruçados sobre o mistério durante anos. Em 1907, o psicólogo Oskar Pfungst publicou um estudo que solucionava a charada. Hans só acertava os resultados quando seu entrevistador (no caso, Von Oster) já sabia a resposta certa.
Pfungst descobriu um padrão: Von Oster se inclinava levemente para frente quando terminava de propor uma questão. Esse era o sinal. Hans entendia e começava a bater o casco no chão. Quando atingia o número certo de batidas, algum outro movimento do dono denunciava a hora de parar. Von Oster era um charlatão, então?
Talvez. Mas muitas outras pessoas, que não sabiam de nada, desafiaram Hans com problemas matemáticos. O cavalo acertou todos. É que elas, sem saber, também coordenavam com movimentos inconscientes as respostas dele.
Ou seja: cavalos talvez não saibam fazer contas, mas podem ser capazes de ler o inconsciente alheio com mais precisão do que muito humano.
Ainda não existe uma fórmula que permita controlar o que dizemos de forma inconsciente. Emitimos sinais inconscientes o tempo todo - a ponto de sermos transparentes até para cavalos. É por isso que é tão difícil fingir: todo mundo percebe quando achamos que uma festa está meio chata, por exemplo. Mas não vá culpar o seu inconsciente por isso. Se não fosse ele, você sequer conseguiria dançar e conversar ao mesmo tempo.
Ainda não existe uma fórmula que permita controlar o que dizemos de forma inconsciente. Emitimos sinais inconscientes o tempo todo - a ponto de sermos transparentes até para cavalos. É por isso que é tão difícil fingir: todo mundo percebe quando achamos que uma festa está meio chata, por exemplo. Mas não vá culpar o seu inconsciente por isso. Se não fosse ele, você sequer conseguiria dançar e conversar ao mesmo tempo.
(ref: Super Interessante fev/2013)
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