Da série: Comentários que Merecem Destaque
Comentário feito nessa postagem aqui.
Anonimo, um novo estudo afirma que filhos adotivos possuem quase o dobro da possibilidade de, na adolescência, desenvolver problemas comportamentais ou emocionais.
O estudo também abre a questão sobre o que estaria por trás desse risco acentuado: Os pais adotivos ou a genética?
Apesar disso a pesquisadora afirma que não há nada nestes resultados que deva desencorajar a adoção. “Todos os adolescentes lutam para encontrar sua identidade”, disse Margaret. “Faz sentido que as crianças adotadas tenham que lutar mais do que as outros.” (ref:Time)
Então há a possibilidade de a criança adotada desenvolver um transtorno de personalidade, inclusive o TPB. Mas isso não é uma regra.
Então há a possibilidade de a criança adotada desenvolver um transtorno de personalidade, inclusive o TPB. Mas isso não é uma regra.
Segundo lemos na matéria Destino das Crianças Adotadas, muitos psicólogos , psiquiatras e psicanalistas já estudaram "os ferimentos das crianças adotadas e as dificuldades das familias adotantes.
Mas o que se passa com essas crianças quando alcançam a idade adulta? Uma possibilidade é que a ferida original, provocada pelo abandono, cicatrize graças ao amor da família adotiva e ao sentimento de filiação que ela engendra".
Outra possibilidade é que "os segredos de famílias tornem as feridas ainda mais dolorosas e lancinantes"
Para os que foram adotados, a questão é melindrosa. Muitos temem nunca poderem se livrar da etiqueta de criança abandonada. "Como se a sociedade considerassem-nos como seres diferentes,marcados na carne com ferro quente."
Diane Drory, psicóloga, psicanalista co-autora com Colette Frère do livro Le Complexe de Moïse. Paroles d'adoptés devenus adultes (O Complexo de Moisés. Palavras de adotados que se tornaram adultos) , realça a importância de não se estigmatizar as pessoas adotadas. "Se elas puderam superar as duras provas da adoção, foi graças a incrivel energia vital que possuem. É preciso ter muita confiança nelas , não considerá-las como vítimas. E não atribuir-lhes todas as dificuldades que encontram na adoção."
A questão das origens pode ressurgir com muita força, quando ocorrem certos acontecimentos na vida destas pessoas: nascimentos, luto, fracasso profissional, ruptura amorosa... No livro, L’enfant et la séparations parentale’’, Diane DRORY descreve O complexo de Moisés., Ela conta o exemplo de Marie-Claire, que sentiu muito a ausência de sua mãe biológica quando ela ficou grávida.
De fato, os adotados evocam com muita dificuldades o que ressentem. A resiliência, esta capacidade das pessoas a se recobrar ou se adaptar às provações da vida, depende também da criatividade.
Entretanto, a resiliência não é adquirida de maneira definitiva. Nossa identidade está sempre em construção. "A resiliência do adotado é sem dúvida a aceitação, como todo o mundo, que a identidade é movediça", salienta ainda Diane Drory.
"A ferida do abandono deu-me muita força", revindica Hélène Jayet. É esta força que dá uma grande sensibilidade aos adotados e uma abertura ao mundo.
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