Tenho 16 anos e fui diagnosticada como borderline a um ano e alguns meses.
Fui levada ao médico pelo meu pai, que é separado da minha mãe e é muito mais... sensato, digamos assim. Fui passar uma temporada junto a ele e fui encaminhada a um tratamento adequado.
Ao voltar pra casa, minha mãe foi informada da minha doença, mas ela simplesmente não aceita.
Já cheguei a um ponto de que não consigo mais nem sorrir. Estou prejudicada na escola, já perdi o ano. Minha mãe sofre com isso, tenho certeza. Mas não tenho mais acompanhamento médico e nem tomo medicação, e o pior é não ter com quem conversar.
Moro com 12 pessoas e não consigo conviver com nenhuma delas, as vejo como pessoas vazias e fúteis, enquanto sou vista como rebelde.
Já tentei suicídio e mesmo assim minha mãe não abre os olhos. Eu imploro por tratamento, não aguento mais me sentir vazia, não aguento mais magoar todos que me amam.
Me sinto sozinha, e sinto ódio de mim por saber que a culpada disso sou eu. As pessoas que eu amo, magoo. E as pessoas que me amam, acabam desistindo e se afastando no final.
Eu tento, juro que tento, controlar minhas palavras e meu sarcasmo. Minha ira não consegue ficar contida, já tive surtos de quebrar meus objetos mais amados.
Todo mês tento algo novo, algo pra matar o tédio, mas nada me satisfaz, nem mesmo atividades que eu amo. Não consigo levar projetos até o fim...
Vontade eu tenho, muita. Assim como tenho muita vontade de melhorar. Não vejo mais um futuro pra mim, não me acho merecedora de um final feliz.
Não consigo mais esconder meu gênio das pessoas, não sei mais me controlar, coisa que antes eu sabia...Não sei mais o que fazer. Me perdoem, mas eu precisava desabafar.
Um beijo,
Indy.
Indy.
8 comentários:
Oi Wally, finalmente consigo comentar no seu blog.. sempre tô por aqui, mas sei lá muitas vezes me sinto um peixe fora dágua, principalmente onde tem bastante gente, caso do seu blog que é bem visitado.
Bom sobre o post, uma das piores coisas é o que acontece com a Indy, sorte que ela ainda tem de certa forma controle da situação, mas sem tratamento ela perderá isso também. O ideal seria ela pedir ajuda ao pai, morar um tempo com ele ou simplesmente pedir apoio para o tratamento.
E se isso não for possivel ela deve então procurar tratamento mesmo que sozinha (foi o que fiz) nem que seja pela rede pública.
Sem tratamento não dá!
beijo Indy, beijo Wally!
Querida Indy,
Por favor, não se desespere. Eu também já tive 16 anos um dia, fui considerada rebelde, louca e chamada por outros nomes pejorativos inomináveis que não cabem aqui. Saiba que você não está sozinha.
Eu também já quebrei muitas portas e objetos, já magoei os que amo e vive-versa, fiquei anos sem tratamento e hoje, com 36 anos, eu consegui um equilíbrio razoável através do tratamento e da psicoterapia :-)
Quando eu estava sozinha e sem remédios, eu lia muitos livros que continham boas idéias para me dissociar do mal-estar, eu praticava meditação (cheguei a frequentar um templo budista para aprender a meditar), eu pregava pequenos bilhetes amorosos e imagens bonitas nas paredes do meu quarto para eu me lembrar de quem eu era, mesmo com minha mãe não me aceitando também. Minha mãe não recebeu uma boa maternagem de minha avó, logo, ela não tinha um nível de permissão interno para amar e ser amada por ninguém - eu só copiei o modelo. Mas eu descobri que, não é só porque minha mãe tinha problemas comigo, é que eu merecia menos. Não! Eu merecia o meu amor. Tive que abrir meu nível de permissão para me amar e me aceitar, mesmo me sentindo rejeitada. Não foi simples, mas foi possível.E É.
Você pode definir outros "modelos" para você. Olhe para Louise Hay, Choppra, Gasparetto, alimente o interesse pelo lúdico em você. Eu adorava literatura fantástica. Frequente um parque, tenha contato com a natureza.
Você vai superar esta fase!
Com amor,
Luciaurea.
acho que seri o caso de um tratamento também para a mãe...
Indy, me adicione no msn, mande e-mail, e eu vou tentar de ajudar do jeito que for possível! Imagino como deve ser horrível não ter suporte nenhum da tua mãe, mas a gente vai encontrar um jeito de te reaproximar do teu pai, pois não dá pra tu ficares sem tratamento! Beijo grande, Veronika. borderlinefemale@gmail.com (msn e email)
Te cuida, guria! Conte conosco!!!!!!
Oi, desculpe por usar esse espaço, mas simplesmente tem coisas dentro de mim que eu não aguento mais segurar. Olá Indy, meu nome é Júlia, eu tenho 15 anos e fui diagnosticada com TPB a alguns meses. eu sempre vinha aqui, mas eu não me via com a doença, eu jurava pra mim mesma que estava num patamar diferente, que me encontrava em algumas palavra simplesmente porque era adolescente. Já tentei suicídio 3 vezes, me mutilo desde dos 11 e meus pais descobriram esse ano. Vi minha mãe e meu pai cairem em lágrimas e isso doeu. E muito. Eu acreditava que fazia isso para não descontar nada neles! Pra não prejudicar ninguém, porque a mim mesma minha mente já prejudicava. Sempre me escondi atrás da escola, tenho médias altas e bolsa na quarta melhor escola particular da cidade, embora isso não signifique nada pra ninguém, é a única coisa que me mantêm viva. Não me sinto amada, por ninguém, tive muito trabalho me afastando de todos, principalmente daqueles que eu amo muito, esse era o meu presente pra eles. Tenho 2 amigos que são melhores amigos um do outro, eu sou quase uma perseguidora deles, amo-os mais do que a meus pais, tenho um pavor gigante de perde-los, pois minha vida se resume a eles dois, embora eu saiba que eu não significo para eles um terço do que eles significam para mim, eu devo ser vista só como uma colega. Faz um tempo que não vou na psicóloga, mas não porque eu queira desistir do tratamento! Eu quero ser alguém melhor! Eu não quero me sentir esse lixo humano! É porque eu não acho a psicóloga capacitada para tratar de mim... Ela não me leva a sério, ela não me compreende, no final de conta foi eu que fiz o diagnóstico em mim mesma e passei pra ela. Mas minha mãe não entende isso, e não é só isso que ela não entende, ela acha que se ela tá pagando o tratamento e os remédios eu tenho que ser simplesmente perfeita, eu não posso me decepcionar com nada, não posso me entusiasmar demais com algo que importe pra mim. Minha mãe tem tentado tirar meu direito de ser humana também. E isso doe. E muito. Me sinto sozinha e vazia a todo momento, me arrependo de tudo que já fiz e isso doe quando penso que só tenho 15 anos. Eu queria ter a coragem de 1 ano atrás, eu queria só meu canivete de volta e não ser tão dependente desses meus amigos, principalmente porque eu tô no primeiro ano do ensino médio e mesmo se eu não fizer alguma merda no próximos 2 anos, todo mundo sabe que essa pseudoamizade não vai durar pra sempre. Agora até minhas médias escolares estão caindo, eu não aguento mais, não aguento mais nada. Tenho essa mania estranha de quase me apaixonar por pessoas que não sabem que eu existo. Vivo fazendo besteira quando estou acho que eufórica, faço, falo besteira sem perceber, os professores têm raiva de mim por causa do meu gene difícil, às vezes manipulo meus amigos para fazerem coisas que nem eu,nem eles fariam, mas sempre no final do dia tudo que eu sinto é saudades de momentos que eu nem sei se foram reais e ódio de mim mesma. Eu só queria poder recomeçar, nascer de novo, num lugar diferente e fazer tudo certo dessa vez.
Desculpe qualquer coisa.
E por favor continuem vivos e por aqui, porque eu não sei se aguentaria perder até mesmo vocês.
Indy, você me descreveu totalmente. Indy, você me descreveu totalmente.
Tay
é assim mesmo... sofrimento.
Indy e outros adolescentes boder, se os seus pais negarem tratamento médico a vocês...
Procurem o Conselho Tutelar de suas cidades e peçam para conversarem com um Conselheiro Tutelar.
Como vocês são menores de
idade,adolescentes, vocês podem procurar seus direitos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
O Estatuto é uma Lei Federal que desde 1990 dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Se o Conselho Tutelar se omitir, pegue o nome do Conselheiro Tutelar e nos comunique que nós adultos faremos uma denúncia ao Ministério Público.
Contem conosco!
Fiquem com DEUS!!!
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