O transtorno de personalidade borderline traz duas características marcantes que são a instabilidade e a impulsividade.
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Borders costumam ser inconstantes nas suas escolhas, decisões, opções. E são, também, bastante impulsivos.
Por exemplo, com grande empolgação, decidem fazer um curso, certos de que aquilo é o que mais querem na vida.
Iniciam-no com grande dedicação mas pouco tempo depois, enjoam-se dele e o abandonam. Ou mesmo aparentemente interessados pelo curso, ouvem falar de um segundo curso e, passam a acreditar que esse sim é aquilo que procuravam.
Abandonam o primeiro (que perde totalmente a graça) e embarcam-se apaixonadamente nesse segundo curso certos de que agora sim, encontraram seu lugar.
Novamente o ciclo se repete e o curso em andamento acaba perdendo sentido e é abandonado por terem pesquisado por um terceiro curso, por terem ouvido falar de um quarto curso, ou pela possibilidade de agora, sim, um quinto ser o que realmente tem o que buscam...
Como podemos ver nessa postagem aqui sobre a Inconstância Borderline
Essa instabilidade acontece com coisas mais simples e cotidianas como quando lêem um livro, assistem um DVD, fazem alguma atividade corriqueira.
E, acontece também com relacionamentos afetivos.
O comportamento de buscar vários parceiros(as) vem dessa mesma instabilidade e impulsividade, somados. Está associado ao não saber o que se quer, do que se gosta, o que o preenche, o que faz sentido para si mesmo.
Está ligado a falta de um ego bem estruturado, bem constituído que acaba levando ao vazio, a um buraco, a sensação de inexistência.
O border está namorando mas, pela sua instabilidade, o relacionamento começa a ficar sem graça. Uma terceira pessoa, então, parece trazer para ele o que ele precisa. .
Parece oferecer a ele apoio, companhia, alegria, diversão; enfim, tudo aquilo o que atual relacionamento parece não ter mais.
Dessa maneira, ele sente-se empolgado por essa terceira pessoa e o(a) atual parceiro(a) passa a não ter importância. Impulsivamente ele abandona o namoro e parte pra nova relação.
Mas logo a terceira pessoa não o preenche mais e ele pula para uma quarta pessoa. E para uma outra. E outra. E, de repente, ele lembra-se da pessoa com quem namorava. E acredita que ela, sim, tinha o que o preenchia. E volta para ela. Mas assim que ela parece não mais o preencher, o ciclo recomeça.
Essa mudança constante de parceiros(as) não é uma atitude maldosa do border. É uma tentativa de encontrar-se. Uma tentativa muito sofrida para si e para todos que estão envolvidos no processo.
Ele busca livrar-se do vazio que o invade, da falta de sentido que assombra sua existência e, para isso, age.
Só que dessa maneira, atinge a si e aos que estão ao seu redor.
Entenda melhor tal comportamento lendo um pequeno trecho do livro "Stop Walking on Eggshells" que aborda muito bem esse assunto da Instabilidade Borderline.
Por isso é tão importante que o border faça tratamento. É necessário que ele fique consciente dessa dinâmica, do seu comportamento, da sua instabilidade, da sua impulsividade.
Estar acompanhado de um profissional ajuda-o a esclarecer esses momentos nos quais o que o governa são o vazio, o medo, o sentimento de inexistência, a instabilidade, a impulsividade, a sensação de rejeição e abandono.
Esse esclarecimento possibilita-o poder ter uma nova resposta para cada uma dessas sensações e pode levá-lo a uma vida diferente da qual ele possa estar vivendo.