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29/01/2013

O que o Medo pode nos Ensinar


Imagine que você é um marinheiro náufrago à deriva no imenso Pacífico. 

Você pode escolher uma de três direções e salvar a si mesmo e a seus companheiros, mas cada escolha vem com uma temida consequência também. 
Como você escolhe? 

Contando a história do baleeiro Essex, a romancista Karen Thompson Walker demonstra como o medo impele a imaginação, à medida que nos força a imaginar possíveis futuros e como lidar com eles.


26/01/2013

Doenças Psicossomáticas


As doenças psicossomáticas são aquelas produzidas por distúrbios emocionais, ou sentimentos como por exemplo, raiva, ansiedade, angustia, medo, vingança, etc

Estes sentimentos podem produzir doenças reais e físicas como a depressão, dores de barrigadiarreias, ou tremores por exemplo. 

Trata-se em resumo de emoções ou sentimentos que se  transformam com o tempo em doenças físicas.

Qualquer pessoa pode apresentar doenças psicossomáticas, que podem inclusive  se manifestar como úlceras, câncer, sinusite, hipertensão, doenças do fígado, etc

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas podem incluir:

Dor de cabeça, Angústia, Nervosismo, Dor na barriga,
Dor de estômago, Crises de gastrite,Insônia, Diarreia,
Medo, Sudorese,Taquicardia, etc

A partir de Sócrates, gradualmente surgiu à idéia de que o homem seria constituído não apenas por um substrato material, mas também de uma essência imaterial, vinculada aos sentimentos e à atividade do pensamento, a alma.

O termo “psicossomático” foi utilizado pela primeira vez em 1818 por Heinroth, psiquiatra alemão, Ao fazer referência a insônia e a influência das paixões na tuberculose, epilepsia e cancro.  

No século seguinte as descobertas de Freud permitiram uma melhor compreensão desses fenômenos. Em 1922 Deutsch reintroduziu esse termo em Viena.

De acordo com essas teorias o aparelho psíquico não é um acessório de luxo do desenvolvimento humano, mas ele exerce uma função essencial de assimilação e elaboração dos estímulos provenientes da realidade externa e do meio interior.

A patologia também faz parte dos meios do individuo para regular sua homeostase, ou suas relações com o meio.


22/01/2013

Zooterapia


1)    O que geralmente leva alguém a adotar um animal?

A relação Homem – Animal remete aos tempos antigos, quando o homem percebeu que poderia exercer certo poder de controle sobre certas espécies, dominando-as e fazendo-as obedecer a sua vontade. 

Desenvolveu-se assim, uma relação de poder e de troca com estes animais. Alguns deles eram usados para a caça; outros para transportar utensílios e auxiliar na locomoção de pessoas; outros para produção de alimentos ou mesmo para posterior abate. 

No entanto, algumas espécies se destacaram pela importância psíquica que desenvolveram junto ao homem: o animal doméstico. Este se tornou também companhia e parte importante do dia a dia do homem e de sua família. Pela relação afetivo-instintiva, tornou-se parte da família. 

Houve então, clara distinção entre o animal selvagem, rural, urbano e o doméstico – este último ocupando um lugar fundamental na dinâmica sistêmica de muitas famílias. Como grande destaque está o cachorro, considerado popularmente como “o melhor amigo do homem”.

Cachorro, gato, diferentes tipos de aves, jabutis, coelhos, peixes, cada qual com suas características próprias, todos têm um ponto comum: são animais domésticos (Doméstico: relativo à casa, ao lar). A carga afetiva, depositada em qualquer um destes animais, ressalta sua importância na dinâmica familiar. Contudo, o que realmente importa é o valor sentimental que o animal  tem para o seu dono – existe carinho, saudade, preocupação, receio, amor – fazendo deste um integrante do sistema familiar.

A adoção de um animal contém uma troca afetiva, uma vinculação. O animal passa a ocupar um lugar afetivo na vida da pessoa que se torna “sua dona”. Um cuida do outro. E este cuidado e troca estimulam diversos sentimentos e emoções no homem, geralmente benéficas e construtivas.

2) Como o convívio com os animais pode beneficiar uma pessoa? 

Os animais, por sua relação instintiva com os humanos, trazem a tona os afetos mais primitivos e despidos de máscaras, do homem. É como se o homem se entregasse afetivamente quando afaga a cabeça de um cachorro ou quando recebe por parte do papagaio, o direito de lhe fazer cafuné. 

É um sentimento de excitação e entrega comum às crianças - livre de preconceitos, medos, rituais – é a troca afetiva pura.

A fidelidade, lealdade e entrega do animal também comove e toca o ser humano que vê nestes, exemplos de relações afetivas e troca relacional positiva.

Em consultório, quando há pacientes muito resistentes ao tratamento, ou com dificuldade em lidar com certos afetos, como o luto, a perda, a alegria, a troca, usa-se como técnica, a zooterapia. Por meio do contato com o animal, muitas vezes o paciente vai afrouxando sua rigidez e seus receios, trazendo a tona seus afetos e permitindo a catarse afetiva. 

Animais são excelentes co-terapeutas, pois agem diretamente pela linguagem instintiva, facilitando a aproximação e a troca afetiva.

Em ambulatórios clínicos infantis e hospitais psiquiátricos, muitas vezes o animal é utilizado como ferramenta clínica, pois facilita a aproximação, a troca, o contato, auxiliando no tratamento e no quadro clínico dos pacientes.

3) Para os casais, especificamente, quais seriam os benefícios de ter um animal?

Muitas vezes, casais recorrem a um animal doméstico como um treino para a gestação e criação de um filho. Obviamente, são relações completamente diferentes, mas o animal doméstico também exige cuidados diários, recreação, atenção, brincadeiras.  

Assim, para muitos casais, o animal funciona como uma divertida prévia, afastando muitas fantasias e receios envolvidos no cuidar de um ser indefeso, menor, dependente.


4) Que tipo de animal seria recomendado, por exemplo, para quem é solteiro e mora sozinho (como companhia)?

Muitos animais, por suas características dinâmicas e de personalidade, atraem pessoas que estão em sintonia com estas características, ou seja, uma pessoa mais introspectiva, racional poderia se dar muito bem com um gato, enquanto uma extrovertida e sentimental preferiria um cachorro. 

Entretanto, é difícil estabelecer uma regra generalista, podemos citar exemplos, mas estes não vão caber a todos.

Uma pessoa que mora sozinha e tem um grande quintal, pode sentir-se estimulada a ter vários cachorros ou de repente ter uma criação de coelhos. 

Há aqueles, considerados excêntricos, que têm cobras, escorpiões e grandes felinos como animais de estimação. Esta característica vai variar de pessoa para pessoa.

O mais comum, por questões econômicas, facilidade de acesso e cuidados gerais, é o cachorro. Nossa sociedade desenvolveu muitos aparatos para tornar o cachorro, membro ativo da família humana. Nas grandes cidades temos diversos pet-shops, hospitais veterinários, hotéis e até cemitérios voltados para cachorros, evidenciando a relação estreita entre homem e animal.

5) E quando o animal morre, como superar a perda?

O luto é a melhor forma de superação da perda – e este, é vivido por cada ser humano, de maneira singular, pois depende da maturidade, história e experiência de vida de cada um.

O luto requer tempo e movimento. Muitos recorrem à adoção de outro animal, como forma de substituição. Bem, afetivamente este novo animal terá outra carga afetiva e lugar, pois aquela, ocupada pelo animal anterior, não pode ser substituída, mas sim, transformada após o passar do tempo e da convivência.

A perda nos transforma, pois envolve uma carga emocional muito grande – fez-se um investimento afetivo sobre um animal, que tinha nome, trejeitos próprios, cheiro, manias, e ele parte, deixando um vazio. Este vazio vai se dissolver e transformar com o tempo, mas isto depende do movimento que a pessoa fizer.

A perda de um animal é uma forma de ensinar, por mais difícil que seja, a perda para as crianças. Quando o animal morre, a criança precisa lidar com a tristeza, mágoa, frustração, raiva. 

E muitas vezes o adulto vai ensiná-la a lidar com estes sentimentos e emoções, por já ter amadurecido com outras perdas, por já conhecê-las. Claro, nunca estamos preparados para a perda e para o que ela deixa atrás de si, mas desenvolvemos ferramentas psíquicas para seguir adiante, continuar construindo.

6) Alguma outra dica que poderia servir para quem está pensando em adotar um animal?

O contato inicial com o animal é ótimo para facilitar tal escolha. O animal vai despertar afeto e sentimento particulares em cada um, ninguém melhor do que nós mesmos para julgar com qual animal nos sentimos mais a vontade e estimulados.

Cada animal implica em cuidados específicos de ambiente, alimentação, vitaminas, dentre outros. Por isso é importante verificar estas questões antes de se adotar um.

O animal traz nova vida e energia para uma casa, pois a modifica com sua presença. 
Obriga-nos a novas rotinas e cuidados. 

Chama-nos para responsabilidade e muitas vezes para o lúdico, o que torna tal relação tão saudável e construtiva.


06/01/2013

Amor Platônico Faz Mal!


A advogada paulistana Mônica Maia, 48, alimentou uma paixão durante 13 anos por um rapaz que conheceu durante uma viagem de férias. Quando o sentimento surgiu, ela tinha apenas 15 anos. 

"Durante o curto intervalo de tempo em que convivemos nada foi dito ou consumado. Mas mantivemos contato por meio de cartas carregadas de romantismo, o suficiente para me fazer mergulhar de cabeça na fantasia", diz.

Depois disso, ele foi morar fora do país e só deu notícias após dois anos, quando enviou uma carta a Mônica. Quando o rapaz voltou ao Brasil, a advogada decidiu encarar a situação. 

"Cansei daquela indefinição, daquele jogo de sedução doentio de ambas as partes, porque não conseguíamos nos desvencilhar desse vício que se arrastava por tantos anos", diz ela. 

A esperada primeira vez do casal não foi tão parecida com aquelas de novela. "Foi apenas um protocolo que devia ser cumprido para fechar um ciclo. Sem a ilusão, enxerguei que meu príncipe era um sapo. Aquela beleza que me hipnotizava escondia uma pessoa vazia, sem encantos", afirma.

Os amores platônicos são comuns na adolescência e fazem parte do processo de formação, segundo o psiquiatra Raphael Boechat, professor na área de psiquiatria da Universidade de Brasília (UnB). Mas o quadro deve despertar atenção se a pessoa chegar à fase adulta cultivando paixões não reais, pois isso pode trazer prejuízos e sofrimento.

De acordo com Boechat, há alguns tipos de pessoas que são mais propensas ao amor platônico. "Pessoas com dificuldade de se relacionar, que vivem mais isoladas, têm excesso de timidez e baixa autoestima, por exemplo, podem sofrer mais de amores secretos.

O empresário santista Felipe Oliveira, 25, tem a certeza de que uma amiga de faculdade é a mulher da sua vida. Há sete anos, o rapaz é apaixonado pela amiga, que sabe sobre o amor, mas não lhe corresponde. "Estou me guardando [sexualmente] para ela. No fundo, acho que ela gosta de mim e por algum motivo ainda não decidiu me dar uma chance", afirma. 

Além de nunca ter dito que Felipe teria chances, a amada mora em outra cidade e pouco fala com o rapaz. "Pode ser que chegue um momento em que resolva dar um basta, mas também pode ser para sempre", diz.

Para o psicanalista Christian Ingo Lenz Dunker, professor livre docente do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), há platônicos incuráveis, que passam a vida tentando encontrar aquilo que eles têm apenas no plano das ideias. 

"O amor é estruturalmente constituído por enganos, descobertas, revelações e reconciliações. Ele é uma história, e não apenas um sentimento fixo que temos dentro de nós mesmos", afirma Dunker. 

Segundo Dunker, existe um quadro patológico denominado erotomania, na qual a pessoa tem a convicção inabalável de que o outro a ama, mas não pode revelar seus verdadeiros sentimentos. 

"É uma forma de negar o ‘real do desencontro amoroso’", diz o psicanalista.

Para a psicóloga Denise Gimenez Ramos, professora titular na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), não vale a pena perder tanto tempo sem se relacionar direito com alguém. 

"Cultivar um amor platônico é viver em um mundo de fantasia. A pessoa imagina o que quer. No universo de faz de conta, a pessoa não sofre, mas também não vive. Ou seja, não aproveita a relação a dois", diz Denise. 

De acordo com a psicóloga, a psicoterapia é o melhor caminho para resolver o problema, independente de sua origem. "Sempre é possível uma transformação. O que não pode é se apaixonar pelo irreal", afirma.

A advogada Mônica (aquela que passou 13 anos apaixonada platonicamente por um rapaz) recorreu à terapia para conseguir driblar esse sentimento. "Foi o que me deu coragem para desatar o nó que me prendia ao passado", diz.

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