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09/07/2013

Medicalização - A Mordaça das Inquietações Humanas

por Liége Lise (psicanalista)

Uma nota divulgada pela Anvisa em fevereiro deste ano aponta um crescimento de 75% no consumo do medicamento cloridrato de metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, em crianças com idade de 6 a 16 anos, entre 2009 e 2011, no Brasil. 

A medicação é utilizada no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O diagnóstico de hiperatividade ou déficit de atenção é dado a partir dos seguintes sintomas: 

a criança apresenta dificuldade em prestar atenção na aula, desinteresse pelo que está sendo falado pelo adulto, falta de foco e concentração para desempenhar a atividade proposta, sinais de ansiedade para falar, esquecimento, dificuldade em manter-se sentada e tendência a “sonhar acordada”.

Antes de rotular a criança como hiperativa ou desatenta e oferecer, como única alternativa, algum medicamento, caberiam algumas reflexões: cabe ao médico a tarefa de estabelecer o que seria um padrão de normalidade e normatizar os comportamentos de ensino-aprendizagem da criança? 

Dada as profundas mudanças causadas pela revolução tecnológica, a escola não precisaria rever sua função, promover mudanças na sua prática de ensino e na concepção do que é educar para um novo mundo? 

Não estaríamos transformando em patologia questões culturais que pedem mudança de postura e, ao medicarmos as dores humanas, nos eximindo de responsabilidade diante dos novos desafios na educação dos filhos?

Do contrário estaremos agindo como naquela história em que foram vestir o santo, mas, como a roupa havia sido lavada, encolheu e ficou curta. Então, a solução encontrada foi serrar as pernas do santo. 

No caso do TDAH, precisamos compreender o porquê desse crescimento significativo entre as crianças e questionarmos se a medicação, no caso a Ritalina, - a conhecida droga da obediência -, deve ser a principal forma de tratamento.

Uma das maiores referências médicas no tratamento de TDAH, o Dr. Ned Hallowell, psiquiatra infantil e autor de livros best-seller no assunto, mostra-se preocupado com o crescimento alarmante do diagnóstico da doença entre as crianças em idade escolar nos Estados Unidos. 

Em recente matéria publicada no jornal The New York Times, afirmou: “Agora é o momento de chamar a atenção para os perigos que podem estar associados a diagnósticos feitos de forma descuidada. Nós temos crianças lá fora usando essas drogas como anabolizantes mentais – o que é perigoso, eu odeio pensar que desempenhei um papel na criação desse problema”.

Escutar e observar o que cada criança quer dizer, através de seu comportamento tido como desajustado, é não silenciar os conflitos inerentes a construção da vida. É um convite a lidarmos com nossas angústias de forma criativa. 

Do contrário, estamos reduzindo temas humanos a questões biológicas e orgânicas e, transformando em doença nossas expressões subjetivas e existenciais. 
fonte: IPLA

23/06/2013

Gatilhos Causadores da Depressão

por Minha Vida

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. 

No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si.

Veja alguns gatilhos que favorecem o aparecimento da depressão:

Dormir pouco

"A falta do sono é um dos gatilhos para o aparecimento da depressão", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. 

Segundo o especialista, o organismo é regido pelo claro e escuro, ou seja, dia e noite. Assim, do ponto de vista biológico, você está programado para a realização de atividades no período diurno e para o repouso no período noturno. 

"Inverter essa ordem ou reduzir o tempo que deveria ser destinado ao sono provoca desequilíbrios físicos e psicológicos", diz.

Enquanto dorme, o seu corpo libera hormônios, a atividade cerebral sofre alterações e a temperatura varia para permitir um bom desempenho das tarefas ao acordar. Interromper esse ciclo, portanto, pode afetar o metabolismo como um todo e servir de gatilho à depressão. 

O cuidado especial deve ficar por conta dos mais jovens. "Com uma rotina tão agitada e diante de tantos estímulos, como celular, computador e televisão, o sono tem sido deixado em segundo plano", diz o especialista.

Insônia

Além de favorecer a depressão por privar o corpo do tempo de descanso necessário para a realização de diversos processos fisiológicos, a insônia por si só está ligada a problemas orgânicos ou psíquicos. 

"As duas principais causas da dificuldade de pegar no sono são produção inadequada de serotonina, substância química que permite a transmissão de informações entre os neurônios, e estresse", diz o psiquiatra Ricardo.

A psiquiatra Eutímia Brandão de Almeida Prado, do Hospital Universitário de Brasília, complementa dizendo ainda que a insônia também é um dos critérios para o diagnóstico da depressão. "As alterações neuroendócrinas que o paciente sofre geralmente afetam sua capacidade de dormir", afirma. O resultado, segundo ela, é um agravamento das alterações de humor.

Sofrimento antecipado

"Sofrer por antecipação pode precipitar um quadro de depressão", afirma a especialista Eutímia. 

Momentos de ansiedade e de estresse não são restritos a uma ou outra pessoa, mas passar por isso com frequência e cultivar pensamentos pessimistas sobre o futuro pode favorecer o desenvolvimento da doença. 

Pessoas com essa característica costumam ser insatisfeitas e nem sempre aproveitam plenamente ocasiões de prazer. 

Enquanto em alguns casos o sofrimento antecipado é decorrente da necessidade de controle sobre o que acontece, típico traço de uma personalidade insegura, em outros ele se torna paralisante, concretizando um problema.

Perfeccionismo

Querer as coisas do seu jeito e se apegar aos detalhes mais singelos pode não ser problema, mas quando se torna uma compulsão ou obsessão, pode favorecer a depressão. 

"Uma pessoa escrava do perfeccionismo sofre quando seu planejamento não dá certo ou não fica, no mínimo, de acordo com o esperado", afirma o psiquiatra Ricardo. 

Segundo ele, a constante frustração de quem estabelece metas mais altas do que pode alcançar não é saudável. "Seja criterioso com o que faz e veja o fracasso como um aprendizado, e não como um problema".

Solidão

"A solidão se torna um problema quando repercute no desenvolvimento social ou profissional", afirma a psiquiatra Eutímia. 

Segundo a especialista, algumas pessoas gostam de ficar sozinhas e conseguem tornar esse momento produtivo, o que não caracteriza problema algum. 

O quadro muda apenas quando você evita situações por precisar interagir ou achar que a segurança do isolamento é sempre melhor do que a insegurança que ele pode sentir no meio social. 

O comportamento é uma armadilha para a depressão e precisa de tratamento.

ref. Trecho do artigo publicado em MinhaVida

17/06/2013

O Maior Suicídio Coletivo da História

No dia 18 de novembro de 1978 aconteceria uma trágedia que abalaria o mundo inteiro, em um lugar isolado na Selva da Guiana.

"Morram, morram com alguma dignidade. Vamos acabar logo com isso.Acabar logo com essa agonia" quem falava era o autor que comandava o maior suicidio coletivo da história com mais de 900 de seus seguidores mortos, era o fánatico religioso Jim Jones lider da seita Peoples Temple (Templo dos Povos).

Assista ao Documentário:



Reportagem do Fantástico exibida em 1978

14/06/2013

Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída

Na cidade de Berlin nos anos 70, Christiane (Natja Brunckhorst), uma linda adolescente, mora com sua mãe e sua irmã menor em um típico apartamento da cidade. 

Ela é fascinada para conhecer a "Sound", uma nova e moderna discoteca. Apesar de menor de idade ela pede a sua amiga para leva-la lá ela conhece Detlev (Thomas Haustein), assim ela se aproxima do terrível mundo das drogas. 

Primeiro é o álcool, depois a maconha, assim passo a passo ela começa a mergulhar cada vez mais profundamente no submundo do vício e da prostituição colocando-se à beira da morte. 

Um filme de cenas fortes e muito reais que nos transmite os horrores do mundo do vício entre os jovens.
 

07/06/2013

Eu matei minha mãe - Filme Completo

Um longa canadense do jovem diretor Xavier Dolan, que aos 20 anos escreveu, produziu, atuou e dirigiu a película.

Um filme semi-autobiográfico e intenso, narra não só os desentendimentos com sua progenitora como também detalhes de sua homossexualidade, de uma relação maternal com sua professora e os dilemas de um colégio interno.

O filme foca nas dificuldades da convivência entre pais e filhos, além de expor a homossexualidade do protagonista. 

As cenas ilustram os métodos de manejar e culpar, ambos usados por mãe e filho a fim de tentarem conseguir o que almejam.

03/06/2013

Mulheres Assassinas - Documentário

O documentário apresenta 3 histórias de mulheres assassinas:

- Um quarteto de adolescentes que torturam e matam uma menina de 12 anos.

- Uma jovem de 16 anos que abre tiroteio contra crianças em uma escola.

- Uma moça que persuade suas seguidoras a tramarem o assassinato de um homem para que ela possa beber o seu sangue.

Não recomendado para pessoas sensíveis.

02/06/2013

Minha Irmã Psicopata

Tom Edgington tem poucas lembranças felizes de sua infância em Muswell Hill, um subúrbio ao norte de Londres. 

Seu pai, Harry, um homem sério e de poucas palavras, era um correspondente do jornal inglês Daily Mail, e trabalhava muito dentro de casa. Sua mãe, Marion, ao contrário do marido, era uma mulher bastante comunicativa e uma personalidade bastante popular no bairro. 

Além de Tom, o casal tinha mais duas filhas, Nicola, a mais velha, e Sara, a caçula. A família inglesa poderia ser apenas mais uma família normal mundo afora não fosse um seríssimo problema que girava em torno da irmã mais velha de Tom, a ruivinha Nicola.

Tom diz sobre sua irmã:

“Nicola parecia gostar de criar conflitos, colocando as pessoas umas contra as outras. Eu pensava que era normal, não tinha como eu saber que não. Crescemos como forasteiros no bairro, Nicola sempre tinha problemas na escola e os pais de colegas proibiam seus filhos de brincarem com ela por acharem que ela era uma má influência.”

Voltando ao passado, uma lembrança se destaca na mente de Tom. Ele tem quatro anos e está arranhado, sangrando, caído sobre uma roseira no jardim. Seu pai corre para ajudá-lo, ao lado, sua irmãzinha Nicola assiste à cena sem expressar nenhuma emoção. Foi ela quem o empurrou contra os espinhos. Repreendida pelo pai, ela apenas diz:

“Está feito!”

Ela chamava o irmão mais novo apenas de “coisa”, e essa não fora a primeira vez que ela tentara se livrar dele. Quanto Tom tinha dois anos, Nicola empurrou o seu carrinho de bebê pela escadaria de uma igreja durante um passeio de família. Por sorte, Harry conseguiu segurar o carrinho antes que este rolasse escada abaixo.

Tom diz:

“Todo mundo pensou que era apenas rivalidade normal entre irmãos e que ela iria crescer sem isso, mas Nicola só fez piorar. Pelo que eu me lembre, Nicola não era certa, não tinha empatia com os outros.”

Marion consultou psicólogos que disseram que Nicola era “normal”, mas segundo Tom, sua irmã era uma criança mestre em manipular:

“Ela era boa em fingir sanidade.”

Na Foto: A família Edgington. Marion
Na Foto: A família Edgington. Marion, 45 anos, Tom, 08 anos, Sara, 05 anos, e Nicola, 10 anos, durante uma viagem de férias a Israel.
Aos 11 anos, Nicola ficou incontrolável, fugia de casa.
Passava dias desaparecida.

“Uma vez minha mãe escondeu todos os seus sapatos para impedí-la de sair de casa, ela então pegava os meus e fugia. Ficava uma ou duas semanas sumida. Os serviços sociais diziam que ela era um perigo para outras crianças, mas eles não ajudavam minha mãe.”

Quando Nicola completou 12 anos, Marion deciciu mudar-se com a família para uma casa de campo em East Sussex, uma bucólica região no sudoeste da Inglaterra. Separada de Harry, ela queria levar sua filha mais velha para longe de Londres. 

Na capital inglesa, apesar da pouca idade, Nicola já havia enturmado com tudo quanto era má influência, passava as noites nas ruas bebendo e fumando com amigos. No novo lar, Marion colocou os dois filhos mais novos, Tom, 10 anos, e Sara, 07 anos, em um internato onde passavam a semana inteira longe de Nicola.

“Acho que minha mãe percebeu que Nicola poderia ser violenta, estava se tornando um risco para nós. Para mim foi um alívio ficar longe dela. Eu amei a escola e não queria ir para casa nos fins de semana. Ficar com meus amigos e ver como outras famílias se relacionavam, me fez perceber o quão mentalmente instável era Nicola e como isso afetou nossa família.”

Aos 15 anos, Nicola foi expulsa do colégio e passou a morar em um apartamento pago pelo seu pai, Harry. Nessa época, depois de inúmeras tentativas, sua mãe conseguiu levá-la até um Centro de Saúde e ela começou a tomar remédios controlados. Morando sozinha, porém, ninguém poderia garantir que Nicola tomaria sua medicação.

No seu aniversário de 13 anos, Tom visitou a irmã mais velha, mas a visita quase lhe tirou a vida. Nicola o fez fumar maconha e obrigou-lhe a consumir anfetaminas até que ele caísse doente. Talvez ela o tenha usado como uma espécie de cobaia para saber quantos comprimidos eram necessários para levar alguém a óbito.

Aos 17 anos, Nicola ficou grávida de gêmeos, mas teve um aborto depois que o namorado lhe deu um soco na barriga. Ela se mudou para Londres onde trabalhou como recepcionista e dançarina de boates de strip-tease. Aos 19 anos, ficou grávida novamente de um namorado traficante e deu à luz a um filho. Foi Marion quem ajudou a filha nos cuidados com a criança, o seu primeiro neto.

Dois anos depois, aos 21, Nicola se casou com um jamaicano que conheceu em um clube. Engravidou do seu segundo filho e viveu, talvez, o período mais estável de sua vida.

Tom diz:

“O marido de Nicola amava o primeiro filho da minha irmã como se fosse dele. Ele fez com que Nicola tomasse sua medicação, mas às vezes ela o tratava horrivelmente e o acusava de todos os tipos ruins de comportamento.”

O casamento acabou quando Nicola se juntou a uma igreja cristã evangélica e tornou-se convencida de que Deus, ao invés dos seus medicamentos, poderia curá-la. Ficou convencida de que estava cercada por demônios. Seu marido voltou à Jamaica e, quando Nicola o visitou, estava num estado tão preocupante que o ex-marido a proibiu de deixar o país com o filho do casal. 

Ela voltou para a Inglaterra apenas com seu filho mais velho. Marion estava tão preocupada com a segurança do neto que entrou em contato com o Serviço Social inglês para que este tirasse de Nicola a guarda do seu filho.

“Acho que minha mãe esperava que Nicola teria a ajuda médica que precisava e, em seguida, teria o seu filho de volta. Mas não foi isso o que aconteceu. Sem os filhos, Nicola perdeu seu alojamento e o dinheiro do governo, e começou a culpar minha mãe, que ficou bastante assustada e disse que Nicola poderia matá-la.”

Após o episódio das anfetaminhas, Tom mudou-se para a cidade de Brighton onde cursava faculdade de Teatro. Ficou anos sem ver a irmã e fazia de tudo para evitá- la. Em um fim de semana de Novembro de 2005, ele e sua irmã mais nova, Sara, decidiram visitar a mãe em East Sussex, e quem estava lá ?

“Foi tudo difícil e tenso. Nicola estava muito tranquila e ficou lá sentada escrevendo no seu notebook, enquanto eu tentava fazer piadas para aliviar o clima.” 

Diz Tom:

O que será que Nicola escrevia no notebook ???

“Decidi levar Nicola para um pub para que, pelo menos, Sara tivesse algum tempo com nossa mãe. Fomos para o pub, mas Nicola foi convidada a se retirar do local por brigar com um DJ. Quando ela disse que estava voltando para Londres, fiquei aliviado.”

Nicola e o irmão Tom foram para um Pub e a primeira coisa que Nicola fez foi arrumar confusão com um DJ do local. Após ser expulsa do Pub, Nicola disse ao irmão que voltaria naquele instante para Londres, o que o deixou bastante aliviado.

“Eu telefonei para casa e perguntei pra minha mãe e Sara se elas não queriam se juntar a mim no Pub. Elas vieram, mas minha mãe não conseguiu um local para estacionar o carro e então deixou Sara e voltou para casa.”

Sara e Tom ficaram conversando e bebendo no Pub. Eles não poderiam imaginar o horror que estava por vir.

“No começo eu não conseguia entender o que estava vendo. Eu vi uma trouxa de roupas e duas pernas e pensei que minha mãe tinha convidado alguém para ficar lá. Falei para Sara que entrou no quarto e disse: Chame a Polícia!”

Ao voltarem para a casa da mãe, os irmãos veriam uma cena que nunca mais sairiam de suas cabeças. Marion, a carinhosa mãe que sempre cuidou para que os filhos vivessem em paz e harmonia, estava caída no chão com uma enorme faca cravada no peito. Marion estava morta.


Na Foto: A casa de Marion Edgington, em East Sussex, Inglaterra.
Na Foto: A casa de Marion Edgingtont Sussex.


Chocado pela cena, Tom imediatamente soube quem era a responsável por aquela barbaridade. Sua suspeita tornou-se uma certeza quando ele acessou o notebook que sua irmã Nicola, a poucas horas atrás, usava. Lá, havia um arquivo do word salvo no desktop com o seguinte título:

“Pessoas condenadas!”

“O nome da minha mãe estava no topo da lista, e estava riscado. Foi decepcionante, também, ver o meu nome na lista. Talvez ela pretendesse me matar.” Diz Tom.

Quando Nicola Edgington foi presa em um ônibus de Londres, depois de 16 dias em fuga, suas palavras foram:

“Foi Tom quem fez isso!”

“Não bastasse ela ter deixado o corpo da minha mãe para eu encontrar, ela ainda tentou me culpar por sua morte.” Diz Tom.

Após sua prisão, Nicola foi diagnosticada com esquizofrenia e transtorno de personalidade antissocial (psicopatia) e enviada a um hospital psiquiátrico após admitir o homicídio e por ter sua responsabilidade diminuída devido à sua condição.

Na época, Tom e sua irmã Sara disseram em um comunicado que:

“Finalmente Nicola está no lugar onde não poderá machucar ninguém e que pode receber à ajuda que desesperadamente precisa.”

Mas a tranquilidade para Tom, e sua irmã Sara, se transformou em medo quando, em 2009, Nicola foi libertada.

Por dois anos, ela morou na Ambdekar House, no bairro de Greenwich, sudeste de Londres, uma casa de apoio supervisionada por uma equipe de saúde mental. 

Considerada “boa” pelos médicos e pela equipe do local, Nicola fazia planos para mudar para um apartamento. Na verdade, Nicola estava longe de estar estável. Ela havia parado de tomar sua medicação anti-psicótica após ficar grávida de um outro paciente, e quando ela perdeu a criança num aborto espontâneo, ela piorou.

Em 11 de outubro de 2011, Nicola enviou uma mensagem ao seu irmão Tom pelo Facebook, era a primeira comunicação entre os irmãos desde a morte de Marion.

“Ninguém está tomando conta de mim como mamãe fazia.” Escreveu Nicola.

Tom ficou assustado com a mensagem. Ele contatou a Ambdekar House e pediu para que a irmã fosse imediatamente reassistida. Dois dias depois, em 13 de outubro, Nicola discou para o serviço de emergência inglês, o 999, e disse:

“A última vez que me senti assim, eu matei alguém, matei minha mãe.”

Parecia que Nicola estava implorando por ajuda. Policiais a encontraram e a levaram voluntariamente para o Hospital londrino Queen Elizabeth II. Dentro do hospital, ela novamente ligou para o 999 e gritou para ser presa, avisando que era muito perigosa. Pensando se tratar de um surto psicótico, profissionais do hospital a transferiram para uma Unidade de Saúde Mental. Enquanto uma enfermeira preparava sua cama, Nicola fugiu.

Pegou um ônibus para Bexleyheath, um bairro no subúrbio de Londres, invadiu uma loja e roubou uma faca. Ao ver uma mulher parada num ponto de ônibus, Nicola não pensou duas vezes: Correu em sua direção para matá-la. Kerry Clark, 22 anos, teve sorte. Talvez por ser jovem, conseguiu lutar contra Nicola que não conseguiu atingir o seu objetivo. Mas ela não parou por ai. Nicola invadiu um açougue e roubou um cutelo. 

Naquela mesma hora, Sally Hodkin, 58 anos, caminhava em direção ao seu trabalho como fazia todas manhãs. Sally teve, praticamente, sua cabeça decapitada por Nicola.

“Você é manipuladora e excepcionalmente perigosa. Você fez sua escolha e o fato é que voce deve assumir as responsabilidades pelos seus terríveis atos,” disse o Juiz Brian Barker, a duas semanas atrás, durante o Julgamento de Nicola Edgington, 32 anos. 

Nicola foi condenada a duas prisões perpétuas pelo assassinato de Sally Hodkin e tentativa de homicídio de Kerry Clark.

Hoje, Tom não tem certeza sobre como se sente em relação à sua irmã mais velha. Tom aceita que Nicola sofre de uma doença mental e transtorno de personalidade, mas não acredita que ela pode ser absolvida por suas responsabilidades. Sua ira é direcionada para os profissionais médicos que decidiram que Nicola estava bem o suficiente para estar de volta à comunidade.

“Nós conhecemos Nicola por toda vida. Nós sabíamos que ela era perigosa. Dissemos a eles que ela seria um risco para outras pessoas. Ela nunca deveria ter saído, mas eles simplesmente não quiseram nos ouvir.”


Na Foto: Nicola entrando algemada no Tribunal em 2005 pelo assassinato de sua mãe.
Na Foto: Nicola entrando algemada no Tribunal em 2005.
Acusada do assassinato de sua mãe.


Na Foto: Kelly Clark. A jovem foi atacada com uma faca em outubro de 2011 por Nicola. Ela reagiu ao ataque e conseguiu escapar da fúria de Nicola.
Na Foto: Kelly Clark. A jovem foi atacada por Nicola.
Ela reagiu ao ataque e conseguiu escapar de sua fúria.


Na Foto: Sally Hodkgin. A mesma sorte não teve Sally Hodkin, 58 anos. Ela foi morta por Nicola a golpes de cutelo.
Na Foto: Sally Hodkgin.
A mesma sorte não teve Sally Hodkin, 58 anos.
Ela foi morta por Nicola a golpes de cutelo.
Na Foto: Marion Edgington. Seis anos antes, Nicola havia assassinado a própria mãe.
Na Foto: Marion Edgington. 
Seis anos antes, Nicola havia assassinado a própria mãe.

Veja abaixo cenas de câmeras de segurança que flagram Nicola Edgington fugindo da cena do crime.




fonte: O Aprendiz Verde

31/05/2013

Mary and Max - Uma Amizade Diferente (Filme Completo)


Sinopse: Uma menina australiana de 8 anos e um homem judeu portador de autismo de 44 anos que vive na Nova York dos anos 70. 

A Amizade começa quando Mary, cansada de ser ignorada pela mãe alcoólatra, encontra em um catálogo telefônico o endereço de um tal de Sr. Max em N.Y e resolve ser ele a quem irá confiar seus maiores segredos e dúvidas.

No continente Americano, Max vive solitariamente pois tem um transtorno psíquico e não consegue se adaptar a convivência social. Come sem parar pra afugentar a solidão. Ele recebe a primeira carta de Mary com uma certa curiosidade e decide responder as perguntas impertinentes da menina. A amizade consolida-se em 20 anos de cartas que atravessam mares e continentes cheias de dúvidas, questões existenciais e muitos doces.

A animação foi feita com Stop Motion e de certa forma é bem rústica, como a vida interior dos personagens. A combinação de história e estilo é muito interessante, pois um reforça o outro. Muita gente detestou, pois trata-se de uma reflexão bem adulta de temas como a solidão, a demência, o alcoolismo e as descobertas infantis de como funciona o mundo.

Enquanto Mary cresce, Max envelhece. Um apóia o outro em suas dúvidas. Desentendimentos ocorrem e o tão esperado encontro face a face nunca acontece. É recomendada para quem gosta de ver filmes com base em fatos reais, pois mostra de uma forma nada infantil como a vida não é justa, muitas vezes não é bonita e nem tem o charme dos Fairy Tales.

É uma animação divertida pra quem sabe rir de si mesmo e depressiva pra quem gosta de idealizar as coisas básicas da vida e não quer saber de muita reflexão. Então escolha de que lado está e divirta-se com o humor nada convencional da animação.

30/05/2013

Exercício de Controle do Pânico e Dissociação

por Mauro Gouvêa

Existem exercícios de controle do pânico.
Acho interessante e paradoxo isso. O exercício deve ser feito para evitar entrar em pânico.

Uma vez que o pânico se instala, alguém vai se lembrar da porcaria de um exercício?

O importante é você saber onde está. 
Pois nossa mente nos leva para pântanos alagadiços e traiçoeiros.

Então, tome ciência de onde está. 
Toque os objetos familiares e sinta-os realmente. 
Pense sempre: eu estou aqui, eu estou seguro, eu estou em um mundo onde conheço os meus objetos, eu estou no controle. 

Você sabe onde está? Saberia dizer onde estão seus livros favoritos? Qual o canto da casa que mais te atrai? Qual a cor da roupa de cama que foi colocada esta semana? Detalhes de louças e talheres? Rachaduras, ranhuras na casa? Existe alguma sujeira, uma leve marca no vidro da janela? 

Saberia dizer de cor tudo o que está na sua geladeira ou na sua despensa? Uma poeira inconveniente num lustre? 

Ver não é necessariamente enxergar.
Se você não sabe detalhes mínimos do mundo real que te cerca, tudo o mais será assustador.

29/05/2013

Caçadores de Mentes - Filme Completo

Em uma ilha remota o FBI desenvolve um programa de treinamento para sua divisão de perfis e resgates psicológicos chamada Caçadores de Mentes.

Este programa é usado para rastrear serial killers,entretanto o treinamento apresenta problemas quando 7 jovens agentes descobrem que um deles é na verdade um serial killer que está decidido a matar os demais.

Depressão na Terceira Idade

por Larissa Sarate Melo

Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. 

Nos idosos a probabilidade de padecer desta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras limitações e perdas, tendo como conseqüências sentimentos de autodepreciação (ZIMERMAN, 2000).

Segundo Oliveira (2006), é importante destacar a respeito da depressão, que ela tem sido considerada como um dos transtornos que mais afetam o idoso.

Os fatores etiológicos da depressão no idoso podem ser divididos em biológicos e psicossociais. O primeiro refere-se à perda neuronal e diminuição de neurotransmissores; o genético; a doença física e as medicações. 

Já os fatores psicossociais caracterizam-se pela diminuição de renda, as modificações no papel social, o luto/perdas e a doença física incapacitante e ou/dolorosa.

Frequentemente são atribuídos os acontecimentos estressantes e negativos, como por exemplo, a morte de uma pessoa querida ou doenças e efeitos colaterais de medicações, as principais causas da depressão na velhice. Doenças e efeitos colaterais também podem causar ou exacerbar a depressão.  (HAMILTON, 2002).

Segundo Morris - Maisto (2004), a incidência de depressão aumenta significativamente após a morte de um cônjuge, tornando desafio mais difícil que as pessoas enfrentam na terceira idade. Para Mckenzie (1999), este é um dos dez acontecimentos mais estressantes na vida que podem levar a depressão.

As particularidades da depressão do idoso são queixas somáticas como, dores crônicas, distúrbios do sono e apetite. Dentre os sintomas psicológicos, o mais freqüente é a anedonia, que é a perda da capacidade de sentir prazer e déficits cognitivos, particularmente de memória. 

A depressão em idosos é um importante fator para piora da qualidade de vida destes indivíduos, especialmente para os que permanecem não diagnosticados e sem tratamento (MICHELAN, 2011).

Motti, (s/d) comenta que a depressão desencadeia ou mesmo agrava as doenças preexistentes. Segundo, Stella et al (2003), em idosos deprimidos o risco de suicídio é duas vezes maior do que os não deprimidos. Diante de toda essa complexidade.

Embora as limitações causadas pela idade, as quais podem prejudicar a independência e autonomia do idoso para desenvolver determinadas atividades, é preciso estimular este idoso a organizar seu tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa, isto é, dando significados a vida para que não caia no vazio. (PENNA; SANTO 2006, apud LIMA 2000).

Segundo Lobo (s/d), nos idosos, a depressão pode estar associada a algum problema físico, doença ou incapacitação, o que dificulta o seu diagnóstico e faz com que alguns médicos afirmem que a depressão é menos comum na terceira idade. 

Por isso é importante que tanto familiares quanto médicos estejam atentos à depressão nos idosos, que apresentam entre os principais sintomas a falta de disposição e tristeza, entre outros sintomas físicos e psicológicos.
(ref. Psicologado)

25/05/2013

Neurose Obsessiva Compulsiva (TOC)

por Deise Vasconcelos, 
Milena Tarcila e Renata Itaparica 


Em Psicanálise, o TOC (Neurose Obsessiva Compulsiva) descrita por Freud desde o inicio de seu estudo contribui enormemente para a construção da teoria psicanalítica. 

Estudando o funcionamento dos sintomas obsessivos, ele concluiu sobre os aspectos fundamentais do funcionamento do aparelho psíquico. Na introdução do “Homem dos Ratos”, Freud (1909) diz que a neurose obsessivo-compulsiva não é algo em si fácil de entender – é muito menos fácil do que um caso de histeria. “A linguagem de uma neurose obsessiva, ou seja, os meios pelos quais ela expressa seus pensamentos secretos, presume-se ser apenas um dialeto da linguagem da histeria" (Freud, 1909, pág. 143).

Na neurose obsessiva é encontrada pela primeira vez nos sintomas bifásicos, nos quais uma ação é cancelada por uma segunda, do modo que é como se nenhuma ação tivesse ocorrido, ao passo que na realidade, ambas ocorreram. (Freud, 1925, pág. 120)

O sintoma dessa neurose  é ao mesmo tempo aquilo que oculta e que revela o insuportável para o ego consciente, sendo aquele que no curso da análise revelará o caminho da fixação pela linha regressiva do tempo que se pode promover pela livre associação e pela neurose de transferência. 

Os atos compulsivos mais comuns podem ser reduzidos a cinco categorias primárias: rituais envolvendo a verificação; rituais envolvendo a limpeza; pensamentos obsessivos sem compulsões; lentidão obsessiva e rituais mistos. 

Em O Homem dos Ratos, Freud (1909) pela primeira vez reconhece o conflito entre amor e ódio como uma possível base para a neurose. Charchamorich e Fetter (2005) apontam este estabelecimento do conceito de ambivalência psíquica por Freud como um grande passo no sentido de reconhecer o conflito interno, em sua origem e não apenas em seu desenvolvimento. Zimermam (1999) aponta como principais fatores etiológicos a existência de:

  -  Pais obsessivos que impuseram um superego por demais rígido e punitivo;
  -  Uma exagerada carga de agressão que o ego não conseguia processar, e, igualmente, uma falha da capacidade do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o obsessivo;
  - Do ponto de vista estrutural, há um constante conflito inter-sistêmico (o ego está submetido ao superego cruel e pressionado pelas demandas do id); e há ainda um conflito intra-sistêmico (dentro do próprio id, as pulsões de vida e de morte podem estar em um forte conflito; ou nas representações do ego, o gênero masculino e o feminino não se entendem entre si).
  - O entendimento da importância da defecação para a criança, com as respectivas fixações anais que se organizam em torno das fantasias que cercam o ato de defecar.

Freud (1909) diz que as idéias obsessivas têm a aparência de não possuírem nem motivo nem significação. O primeiro problema é saber como lhe dá um sentido e um status na vida mental do paciente, de modo a torná-las compreensíveis, e mesmo, óbvias. 

A solução se dá ao se levar as idéias obsessivas a uma relação temporal com as experiências do paciente, quer dizer, ao se indagar quando foi que uma idéia obsessiva particular fez sua primeira aparição e em que circunstancias externas ela está apta para voltar a ocorrer; uma vez descobertas as interconexões entre uma idéia obsessiva  e as experiências do paciente não haverá de se ter acesso a “algo mais” na estrutura patológica – “seu significado, o mecanismo de sua origem e sua derivação das forças motivadoras preponderantes da mente do paciente.” (Freud, 1909, pág. 168) 

O neurótico normalmente tem consciência dos seus atos e pensamentos,  por isso uma dolorosa dissociação se estabelece no ego, e a pessoa afetada fica atormentada pelas repetições ideativas, podemos definir as obsessões ideativas, como intensificações de pensamento ego-distônicos, recursivos e intrusivos, que leva o paciente a ser pensado pelos seus muitos pensamentos, gerando uma ansiedade atormentadora, numa tentativa de aliviar a ansiedade causada por essas obsessões, o neurótico recorre a ações ritualizadas, que são as chamadas compulsões.

Essas compulsões dizem a  respeito a uma peculiaridade de determinados sintomas obsessivos: trata-se de pensamentos ou atos que o sujeito realiza ainda que lhe pareçam um corpo estranho, pensamentos ou atos movidos por uma força irresistível contra a qual o sujeito gostaria de lutar. A compulsão, nesse caso, resulta de um conflito psíquico e de uma luta subjetiva entre duas injunções opostas, estando o sujeito impossibilitado de escolher qualquer uma delas. 

Encurralado nessa hesitação exasperante, a resposta do sujeito é o ato compulsivo — Freud o considera uma compensação da dúvida — que se produz como uma espécie de "vazamento": a imagem aqui seria a do suco de uma fruta que, de tão espremido, acabaria escoando pelos cortes feitos na casca (HANNS, 1996).

De acordo com Freud (1909) a real significação atos obsessivo-compulsivos reside no fato de serem representantes de um conflito entre dois impulsos opostos de força aproximadamente igual.  Especificando melhor os sintomas da Neurose Obsessiva , encontramos:

 -   Essas pessoas são vítimas de suas compulsões;
 -  Uma outra peculiaridade marcante é a busca pela perfeição, tanto intrapsiquicamente como extrapsiquicamente. Sua exigência maior é encontrar aquilo que é perfeito, mesmo que racionalmente admita que tal exigência é absurda e frustrante.
 -  O desequilíbrio gera uma acentuada ambivalência relacional, são capazes de ruminar interminavelmente uma pequena atitude, desgastando e fadigando, qualquer pessoa de seu convívio;
 - Por causa do conflito interno, tudo que fazem requer  muito esforço, podem criar uma tempestade num copo d’água na realização de qualquer atividade corriqueira,por mais simples que esta nos pareça;
 - Os pensamentos intrusivos se avolumam de tal forma na mente neurotizada, que é muito comum ficarem presos por uma cadeia interminável de pensamentos, que por vezes paralisam totalmente ações práticas, fazendo com que a dúvida seja a regra geral do comportamento compulsivo obsessivo. São fracos em tomar decisões, não sabendo como agir frente a escolhas banais do cotidiano.

Para a Psicanálise, a neurose obsessiva compulsiva tem como origem um conflito psíquico infantil e uma fixação da libido no estágio anal de maturação, tal neurose manifesta-se através de ritos, podendo ser de tipo religioso, sintomas obsedantes e uma ruminação mental permanente, que dá origem a intermináveis dúvidas e escrúpulos que acabam por inibir o pensamento e a ação. 

Freud (1913) dizia que os pontos de fixação eram decisivos para a escolha da neurose e que obsessivo  regride ao nível anal-sádico da  libido, o que, diz ele anos depois, será ‘’decisivo a tudo que se segue’’ (Freud, 1926, p. 136).


REFERÊNCIAS

JOVIANE MOURA , Transtorno Obsessivo Compulsivo: Uma visão Psicanalítica, encontrado em : 
MARCOS OLIVEIRA, Neurose Obsessiva Compulsiva, encontrado em:  
JÔ GONDAR, Sobre as Compulsões e o dispositivo Psicanalítico. Ágora (Rio J.) vol.4 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2001


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