31/05/2013

Mary and Max - Uma Amizade Diferente (Filme Completo)


Sinopse: Uma menina australiana de 8 anos e um homem judeu portador de autismo de 44 anos que vive na Nova York dos anos 70. 

A Amizade começa quando Mary, cansada de ser ignorada pela mãe alcoólatra, encontra em um catálogo telefônico o endereço de um tal de Sr. Max em N.Y e resolve ser ele a quem irá confiar seus maiores segredos e dúvidas.

No continente Americano, Max vive solitariamente pois tem um transtorno psíquico e não consegue se adaptar a convivência social. Come sem parar pra afugentar a solidão. Ele recebe a primeira carta de Mary com uma certa curiosidade e decide responder as perguntas impertinentes da menina. A amizade consolida-se em 20 anos de cartas que atravessam mares e continentes cheias de dúvidas, questões existenciais e muitos doces.

A animação foi feita com Stop Motion e de certa forma é bem rústica, como a vida interior dos personagens. A combinação de história e estilo é muito interessante, pois um reforça o outro. Muita gente detestou, pois trata-se de uma reflexão bem adulta de temas como a solidão, a demência, o alcoolismo e as descobertas infantis de como funciona o mundo.

Enquanto Mary cresce, Max envelhece. Um apóia o outro em suas dúvidas. Desentendimentos ocorrem e o tão esperado encontro face a face nunca acontece. É recomendada para quem gosta de ver filmes com base em fatos reais, pois mostra de uma forma nada infantil como a vida não é justa, muitas vezes não é bonita e nem tem o charme dos Fairy Tales.

É uma animação divertida pra quem sabe rir de si mesmo e depressiva pra quem gosta de idealizar as coisas básicas da vida e não quer saber de muita reflexão. Então escolha de que lado está e divirta-se com o humor nada convencional da animação.

30/05/2013

Exercício de Controle do Pânico e Dissociação

por Mauro Gouvêa

Existem exercícios de controle do pânico.
Acho interessante e paradoxo isso. O exercício deve ser feito para evitar entrar em pânico.

Uma vez que o pânico se instala, alguém vai se lembrar da porcaria de um exercício?

O importante é você saber onde está. 
Pois nossa mente nos leva para pântanos alagadiços e traiçoeiros.

Então, tome ciência de onde está. 
Toque os objetos familiares e sinta-os realmente. 
Pense sempre: eu estou aqui, eu estou seguro, eu estou em um mundo onde conheço os meus objetos, eu estou no controle. 

Você sabe onde está? Saberia dizer onde estão seus livros favoritos? Qual o canto da casa que mais te atrai? Qual a cor da roupa de cama que foi colocada esta semana? Detalhes de louças e talheres? Rachaduras, ranhuras na casa? Existe alguma sujeira, uma leve marca no vidro da janela? 

Saberia dizer de cor tudo o que está na sua geladeira ou na sua despensa? Uma poeira inconveniente num lustre? 

Ver não é necessariamente enxergar.
Se você não sabe detalhes mínimos do mundo real que te cerca, tudo o mais será assustador.

29/05/2013

Caçadores de Mentes - Filme Completo

Em uma ilha remota o FBI desenvolve um programa de treinamento para sua divisão de perfis e resgates psicológicos chamada Caçadores de Mentes.

Este programa é usado para rastrear serial killers,entretanto o treinamento apresenta problemas quando 7 jovens agentes descobrem que um deles é na verdade um serial killer que está decidido a matar os demais.

Depressão na Terceira Idade

por Larissa Sarate Melo

Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. 

Nos idosos a probabilidade de padecer desta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras limitações e perdas, tendo como conseqüências sentimentos de autodepreciação (ZIMERMAN, 2000).

Segundo Oliveira (2006), é importante destacar a respeito da depressão, que ela tem sido considerada como um dos transtornos que mais afetam o idoso.

Os fatores etiológicos da depressão no idoso podem ser divididos em biológicos e psicossociais. O primeiro refere-se à perda neuronal e diminuição de neurotransmissores; o genético; a doença física e as medicações. 

Já os fatores psicossociais caracterizam-se pela diminuição de renda, as modificações no papel social, o luto/perdas e a doença física incapacitante e ou/dolorosa.

Frequentemente são atribuídos os acontecimentos estressantes e negativos, como por exemplo, a morte de uma pessoa querida ou doenças e efeitos colaterais de medicações, as principais causas da depressão na velhice. Doenças e efeitos colaterais também podem causar ou exacerbar a depressão.  (HAMILTON, 2002).

Segundo Morris - Maisto (2004), a incidência de depressão aumenta significativamente após a morte de um cônjuge, tornando desafio mais difícil que as pessoas enfrentam na terceira idade. Para Mckenzie (1999), este é um dos dez acontecimentos mais estressantes na vida que podem levar a depressão.

As particularidades da depressão do idoso são queixas somáticas como, dores crônicas, distúrbios do sono e apetite. Dentre os sintomas psicológicos, o mais freqüente é a anedonia, que é a perda da capacidade de sentir prazer e déficits cognitivos, particularmente de memória. 

A depressão em idosos é um importante fator para piora da qualidade de vida destes indivíduos, especialmente para os que permanecem não diagnosticados e sem tratamento (MICHELAN, 2011).

Motti, (s/d) comenta que a depressão desencadeia ou mesmo agrava as doenças preexistentes. Segundo, Stella et al (2003), em idosos deprimidos o risco de suicídio é duas vezes maior do que os não deprimidos. Diante de toda essa complexidade.

Embora as limitações causadas pela idade, as quais podem prejudicar a independência e autonomia do idoso para desenvolver determinadas atividades, é preciso estimular este idoso a organizar seu tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa, isto é, dando significados a vida para que não caia no vazio. (PENNA; SANTO 2006, apud LIMA 2000).

Segundo Lobo (s/d), nos idosos, a depressão pode estar associada a algum problema físico, doença ou incapacitação, o que dificulta o seu diagnóstico e faz com que alguns médicos afirmem que a depressão é menos comum na terceira idade. 

Por isso é importante que tanto familiares quanto médicos estejam atentos à depressão nos idosos, que apresentam entre os principais sintomas a falta de disposição e tristeza, entre outros sintomas físicos e psicológicos.
(ref. Psicologado)

25/05/2013

Neurose Obsessiva Compulsiva (TOC)

por Deise Vasconcelos, 
Milena Tarcila e Renata Itaparica 


Em Psicanálise, o TOC (Neurose Obsessiva Compulsiva) descrita por Freud desde o inicio de seu estudo contribui enormemente para a construção da teoria psicanalítica. 

Estudando o funcionamento dos sintomas obsessivos, ele concluiu sobre os aspectos fundamentais do funcionamento do aparelho psíquico. Na introdução do “Homem dos Ratos”, Freud (1909) diz que a neurose obsessivo-compulsiva não é algo em si fácil de entender – é muito menos fácil do que um caso de histeria. “A linguagem de uma neurose obsessiva, ou seja, os meios pelos quais ela expressa seus pensamentos secretos, presume-se ser apenas um dialeto da linguagem da histeria" (Freud, 1909, pág. 143).

Na neurose obsessiva é encontrada pela primeira vez nos sintomas bifásicos, nos quais uma ação é cancelada por uma segunda, do modo que é como se nenhuma ação tivesse ocorrido, ao passo que na realidade, ambas ocorreram. (Freud, 1925, pág. 120)

O sintoma dessa neurose  é ao mesmo tempo aquilo que oculta e que revela o insuportável para o ego consciente, sendo aquele que no curso da análise revelará o caminho da fixação pela linha regressiva do tempo que se pode promover pela livre associação e pela neurose de transferência. 

Os atos compulsivos mais comuns podem ser reduzidos a cinco categorias primárias: rituais envolvendo a verificação; rituais envolvendo a limpeza; pensamentos obsessivos sem compulsões; lentidão obsessiva e rituais mistos. 

Em O Homem dos Ratos, Freud (1909) pela primeira vez reconhece o conflito entre amor e ódio como uma possível base para a neurose. Charchamorich e Fetter (2005) apontam este estabelecimento do conceito de ambivalência psíquica por Freud como um grande passo no sentido de reconhecer o conflito interno, em sua origem e não apenas em seu desenvolvimento. Zimermam (1999) aponta como principais fatores etiológicos a existência de:

  -  Pais obsessivos que impuseram um superego por demais rígido e punitivo;
  -  Uma exagerada carga de agressão que o ego não conseguia processar, e, igualmente, uma falha da capacidade do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o obsessivo;
  - Do ponto de vista estrutural, há um constante conflito inter-sistêmico (o ego está submetido ao superego cruel e pressionado pelas demandas do id); e há ainda um conflito intra-sistêmico (dentro do próprio id, as pulsões de vida e de morte podem estar em um forte conflito; ou nas representações do ego, o gênero masculino e o feminino não se entendem entre si).
  - O entendimento da importância da defecação para a criança, com as respectivas fixações anais que se organizam em torno das fantasias que cercam o ato de defecar.

Freud (1909) diz que as idéias obsessivas têm a aparência de não possuírem nem motivo nem significação. O primeiro problema é saber como lhe dá um sentido e um status na vida mental do paciente, de modo a torná-las compreensíveis, e mesmo, óbvias. 

A solução se dá ao se levar as idéias obsessivas a uma relação temporal com as experiências do paciente, quer dizer, ao se indagar quando foi que uma idéia obsessiva particular fez sua primeira aparição e em que circunstancias externas ela está apta para voltar a ocorrer; uma vez descobertas as interconexões entre uma idéia obsessiva  e as experiências do paciente não haverá de se ter acesso a “algo mais” na estrutura patológica – “seu significado, o mecanismo de sua origem e sua derivação das forças motivadoras preponderantes da mente do paciente.” (Freud, 1909, pág. 168) 

O neurótico normalmente tem consciência dos seus atos e pensamentos,  por isso uma dolorosa dissociação se estabelece no ego, e a pessoa afetada fica atormentada pelas repetições ideativas, podemos definir as obsessões ideativas, como intensificações de pensamento ego-distônicos, recursivos e intrusivos, que leva o paciente a ser pensado pelos seus muitos pensamentos, gerando uma ansiedade atormentadora, numa tentativa de aliviar a ansiedade causada por essas obsessões, o neurótico recorre a ações ritualizadas, que são as chamadas compulsões.

Essas compulsões dizem a  respeito a uma peculiaridade de determinados sintomas obsessivos: trata-se de pensamentos ou atos que o sujeito realiza ainda que lhe pareçam um corpo estranho, pensamentos ou atos movidos por uma força irresistível contra a qual o sujeito gostaria de lutar. A compulsão, nesse caso, resulta de um conflito psíquico e de uma luta subjetiva entre duas injunções opostas, estando o sujeito impossibilitado de escolher qualquer uma delas. 

Encurralado nessa hesitação exasperante, a resposta do sujeito é o ato compulsivo — Freud o considera uma compensação da dúvida — que se produz como uma espécie de "vazamento": a imagem aqui seria a do suco de uma fruta que, de tão espremido, acabaria escoando pelos cortes feitos na casca (HANNS, 1996).

De acordo com Freud (1909) a real significação atos obsessivo-compulsivos reside no fato de serem representantes de um conflito entre dois impulsos opostos de força aproximadamente igual.  Especificando melhor os sintomas da Neurose Obsessiva , encontramos:

 -   Essas pessoas são vítimas de suas compulsões;
 -  Uma outra peculiaridade marcante é a busca pela perfeição, tanto intrapsiquicamente como extrapsiquicamente. Sua exigência maior é encontrar aquilo que é perfeito, mesmo que racionalmente admita que tal exigência é absurda e frustrante.
 -  O desequilíbrio gera uma acentuada ambivalência relacional, são capazes de ruminar interminavelmente uma pequena atitude, desgastando e fadigando, qualquer pessoa de seu convívio;
 - Por causa do conflito interno, tudo que fazem requer  muito esforço, podem criar uma tempestade num copo d’água na realização de qualquer atividade corriqueira,por mais simples que esta nos pareça;
 - Os pensamentos intrusivos se avolumam de tal forma na mente neurotizada, que é muito comum ficarem presos por uma cadeia interminável de pensamentos, que por vezes paralisam totalmente ações práticas, fazendo com que a dúvida seja a regra geral do comportamento compulsivo obsessivo. São fracos em tomar decisões, não sabendo como agir frente a escolhas banais do cotidiano.

Para a Psicanálise, a neurose obsessiva compulsiva tem como origem um conflito psíquico infantil e uma fixação da libido no estágio anal de maturação, tal neurose manifesta-se através de ritos, podendo ser de tipo religioso, sintomas obsedantes e uma ruminação mental permanente, que dá origem a intermináveis dúvidas e escrúpulos que acabam por inibir o pensamento e a ação. 

Freud (1913) dizia que os pontos de fixação eram decisivos para a escolha da neurose e que obsessivo  regride ao nível anal-sádico da  libido, o que, diz ele anos depois, será ‘’decisivo a tudo que se segue’’ (Freud, 1926, p. 136).


REFERÊNCIAS

JOVIANE MOURA , Transtorno Obsessivo Compulsivo: Uma visão Psicanalítica, encontrado em : 
MARCOS OLIVEIRA, Neurose Obsessiva Compulsiva, encontrado em:  
JÔ GONDAR, Sobre as Compulsões e o dispositivo Psicanalítico. Ágora (Rio J.) vol.4 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2001


24/05/2013

Análise do Filme 'Melhor é Impossível'


por Deise Vasconcelos, 
Milena Tarcila e Renata Itaparica 

Assista ao filme AQUI!

Melvin Udall (Jack Nicholson) é um escritor que adora fazer comentários ácidos e maldosos para ofender as pessoas. 

Ele toma café todo dia na mesma lanchonete, onde Carol Connelly (Helen Hunt) é a única garçonete que o suporta. Melvin apresenta um quadro de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), não toma os remédios receitados pelo psiquiatra, e não comparece em uma sessão há dois anos, desde o seu diagnóstico. Seu vizinho é o renomado artista plástico Simon Nye (Greg Kinnear), alvo constante de seus ataques verbais. 

Quando Simon é levado para o hospital após um violento assalto, Melvin tem que cuidar do cachorro de estimação do vizinho. A nova situação amolece o coração do escritor, fazendo nascer entre os três - Melvin, Carol e Simon - uma amizade capaz de finalmente fazê-los felizes.

Ao se apaixonar por Carol , Melvin se vê aos poucos livre de sua doença, deixando alguns rituais de lado e sendo uma pessoa melhor , para que Carol se apaixone por ele também. Para Melvin , sua loucura é o centro da sua doença, ele não reconhece que não tem controle sobre os seus atos, em quanto anda pela rua, pede as pessoas que não o toquem , os sintomas ritualísticos de Melvin são:

 - Trancar e destrancar a porta várias vezes, contando todas.
- Ligar e desligar as luzes , na mesma contagem das trancas da porta (4 vezes)
- Sempre estar calçado
- Come sempre com talheres de plástico quando sai de casa , os leva consigo.
- Sempre usa luvas
- Lava as mãos com água quente, trocando várias vezes o sabonete, como se fosse descartável.
-  Medo constante de ser contaminado, pelas pessoas na rua ou por qualquer outra coisa.na
- Não pisa em listras, anda na calçada, olhando atentamente para o chão.
-   Excesso de simetria e exatidão.

Melvin reconhece que suas obsessões são excessivas, inapropriadas e irracionais quando Carol o pergunta se ele sabe o quanto é inconveniente. 

Após se apaixonar por Carol, os sintomas de Melvin diminuem significativamente, ele diz que voltou a tomar os remédios e tenta ser uma pessoa melhor para estar com ela, Melvin passa a ser gentil, ainda com os comentários sarcásticos. A partir daí ele se esquece de trancar a porta, tira as luvas, pisa na listras da calçada, por perceber que os seus comportamentos estavam interferindo em sua vida.

Sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo

O TOC, se caracteriza por uma sintomatologia bastante evidente e clara, é um quadro em psicopatologia identificável na clinica pela importância de suas manifestações. Geralmente é o próprio paciente que perceberá os sintomas pela angustia quando a inadequação que suscitam. 

O Transtorno Obsessivo Compulsivo possui três apresentações da doença as quais são muito freqüentes:

1-  A primeira é quando predominam os pensamentos obsessivos.  Estes pensamentos são intrusivos e invasivos, interrompendo as atividades a que a pessoa está se dedicando, ou interrompendo seu descanso. Não são poucas as vezes em que a pessoa sente um desejo incontrolável de pensar a mesma coisa dezenas, ou até centenas de vezes, até que os pensamentos obsessivos acalmem.

2- A segunda situação diz respeito aos rituais de verificação, como lavar as mãos diversas vezes, limpar determinada parte do corpo muitas vezes, retornar dezenas de vezes para se certificar de que fechou a porta, ou desligou o gás, ou fechou as janelas, enfim, são rituais de verificação repetitivos e terrivelmente atormentadores. São também freqüentes as arrumações sem fim. Arruma-se o armário diversas vezes, limpa-se a casa muitas vezes, recomeça-se a limpeza se "não ficou bom", reinicia-se tudo de novo, e assim lá se vai a qualidade de vida do paciente.

3-  A terceira forma de apresentação freqüente deste transtorno é a forma mista, onde além dos pensamentos obsessivos e repetitivos também estão presentes os rituais de verificação. As causas do TOC podem ser várias, todavia temos verificado existirem dois fatores que estão quase sempre presentes nesses casos: Um componente hereditário (familiar) e conflitos internos. E sobre esses conflitos internos, não são poucas as vezes em que esses conflitos tiveram início na infância.

REFERÊNCIAS

JOVIANE MOURA , Transtorno Obsessivo Compulsivo: Uma visão Psicanalítica, encontrado em : 
MARCOS OLIVEIRA, Neurose Obsessiva Compulsiva, encontrado em:  
JÔ GONDAR, Sobre as Compulsões e o dispositivo Psicanalítico. Ágora (Rio J.) vol.4 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2001

Melhor é Impossível - Filme Completo


Sinopse: Melvin Udall (Jack Nicholson) é um escritor que adora fazer comentários ácidos e maldosos para ofender as pessoas. Ele toma café todo dia na mesma lanchonete, onde Carol Connelly (Helen Hunt) é a única garçonete que o suporta. 

Seu vizinho é o renomado artista plástico Simon Nye (Greg Kinnear), alvo constante de seus ataques verbais. 

Quando Simon é levado para o hospital após um violento assalto, Melvin tem que cuidar do cachorro de estimação do vizinho. 

23/05/2013

O Cavalo & O Inconsciente


Em 1904, o alemão Wilhelm von Oster ficou famoso por suas apresentações com Hans - um cavalo que era capaz de "quase tudo, menos falar". 

Segundo o dono, Hans fazia cálculos matemáticos complexos. 
Quando perguntavam a raiz quadrada de quatro, o bicho respondia batendo o casco duas vezes no chão. 

A conexão era tanta que Hans acertava o resultado mesmo quando seu mestre não fazia as perguntas em voz alta - e apenas pensava nelas. Havia quem jurasse de pés juntos que o cavalo lia a mente de Von Oster. 

A dupla rodou a Alemanha em apresentações fantásticas, e deixou estudiosos debruçados sobre o mistério durante anos. Em 1907, o psicólogo Oskar Pfungst publicou um estudo que solucionava a charada. Hans só acertava os resultados quando seu entrevistador (no caso, Von Oster) já sabia a resposta certa. 

Pfungst descobriu um padrão: Von Oster se inclinava levemente para frente quando terminava de propor uma questão. Esse era o sinal. Hans entendia e começava a bater o casco no chão. Quando atingia o número certo de batidas, algum outro movimento do dono denunciava a hora de parar. Von Oster era um charlatão, então? 

Talvez. Mas muitas outras pessoas, que não sabiam de nada, desafiaram Hans com problemas matemáticos. O cavalo acertou todos. É que elas, sem saber, também coordenavam com movimentos inconscientes as respostas dele. 

Ou seja: cavalos talvez não saibam fazer contas, mas podem ser capazes de ler o inconsciente alheio com mais precisão do que muito humano.

Ainda não existe uma fórmula que permita controlar o que dizemos de forma inconsciente. Emitimos sinais inconscientes o tempo todo - a ponto de sermos transparentes até para cavalos. É por isso que é tão difícil fingir: todo mundo percebe quando achamos que uma festa está meio chata, por exemplo. Mas não vá culpar o seu inconsciente por isso. Se não fosse ele, você sequer conseguiria dançar e conversar ao mesmo tempo.
(ref: Super Interessante fev/2013)

22/05/2013

O Poder do Incentivo Inconsciente

Você é o produto das situações que vive. Mas também sofre uma influência que vem de dentro - e é tão potente quanto elas. 

O inconsciente pode ser fonte de angústias - e também de algumas injustiças, cujos efeitos são perceptíveis desde a infância. 

O queridinho do professor, provavelmente, será o aluno com as melhores notas da classe. Não porque ele seja necessariamente o melhor, mas porque os professores acreditam que seja - e acabam atuando inconscientemente a favor dele. 

Esse fenômeno, que se chama incentivo inconsciente, tem respaldo em diversos estudos científicos. Um dos mais engenhosos (e mais polêmicos também) foi conduzido na década de 1960 por Robert Rosenthal, hoje um octogenário professor de psicologia da Universidade da Califórnia.

Na experiência, os alunos de uma escola americana foram submetidos a uma prova. Rosenthal e sua equipe disseram aos 18 educadores do colégio que se tratava de um teste especial, desenvolvido na Universidade Harvard para analisar o potencial de desenvolvimento de cada criança. 

Mentira. Era apenas um reles teste de QI, sem nada de especial. O objetivo da lorota era aumentar as expectativas dos professores. Os alunos fizeram a prova, e a grande sacada de Rosenthal veio na hora de anunciar o resultado. Antes mesmo de calcular a pontuação de cada aluno, os pesquisadores escolheram aleatoriamente três a seis crianças de cada série e disseram aos professores que aqueles alunos haviam se destacado e teriam um desempenho extraordinário nos anos seguintes. Era outra mentira.

No final do ano escolar, a equipe de Rosenthal voltou à escola e repetiu o teste. Os alunos que haviam sido falsamente diagnosticados como gênios haviam ganho, em média, 3,8 pontos de QI a mais que os demais. O resultado foi ainda mais surpreendente entre alunos da primeira série: a diferença entre os ungidos e o resto foi de assombrosos 15,4 pontos de QI a mais. 

Ou seja: as crianças que haviam sido apresentadas como mais inteligentes de fato se tornaram mais inteligentes - porque inconscientemente, sem querer, os professores haviam dado mais atenção e estímulo a elas.  

"O resultado mais importante desse experimento foi mostrar como a expectativa dos professores faz toda a diferença para o desenvolvimento dos alunos", analisa Rosenthal. É impossível ser completamente justo e imune a esse tipo de influência, mas existe um antídoto eficaz contra as distorções induzidas pelo inconsciente: saber que ele sempre está pronto para nos enganar.
(ref: Super Interessante Fev / 2013)

"O homem que foi o favorito de sua mãe 
mantém por toda a vida a sensação de conquistador 
e a confiança no sucesso, 
a qual muitas vezes induz ao sucesso real." 
(Sigmund Freud)


Neurociência Admite: Freud Tinha Razão!


A neurociência nunca deu muita bola para a psicanálise. Mas os novos estudos sobre inconsciente trazem comprovação para um conceito central dela. 

Uma experiência liderada pelo psiquiatra Eric Kandel, que ganhou o prêmio Nobel de Medicina de 2000 por estudos sobre neurotransmissores, mostra como o inconsciente pode funcionar como amplificador das emoções. Antes da experiência, os voluntários preencheram questionários que mediam seus níveis de ansiedade. 

Depois, enquanto seu cérebro era monitorado pelos cientistas, cada voluntário via uma série de rostos com expressões de medo. Foram duas sessões. Na primeira, as fotos passavam bem devagar, com tempo suficiente para o voluntário analisar os detalhes de cada uma. 

Na segunda, as imagens passavam tão rápido que os voluntários não conseguiam identificar nada - não tinham nem certeza de ter visto um rosto ou qualquer outra coisa. A intenção de Kandel e seus colegas era provocar emoções conscientes e inconscientes. 

Quando a foto ficava por um bom tempo na tela, o voluntário tinha tempo de perceber conscientemente a expressão de medo da imagem. No outro experimento, era tudo tão rápido que não era possível ter uma reação consciente. 

Essas imagens rápidas estimulavam diretamente o inconsciente, e provocavam atividade muito alta no núcleo basolateral da amídala cerebral - área ligada às sensações de medo. Já as imagens lentas, que eram interpretadas de forma consciente, não geravam nenhuma atividade nessa área. Quanto mais ansiosa a pessoa era, maior a diferença entre a interpretação consciente e inconsciente da mesma coisa (as imagens). 

Para Kandel, o estudo é a comprovação neurocientífica de uma teoria central da psicanálise: a interpretação inconsciente de coisas negativas é a fonte de muitas das aflições humanas. 

Freud tinha razão!
(ref: Super Interessante Fev / 2013)

20/05/2013

Suicídio: segunda maior causa de morte entre jovens no mundo


Uma série de estudos publicada no periódico “Lancet” chama a atenção para um assunto tabu: o suicídio. 

Segundo um dos artigos, essa é a primeira causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos. Entre os homens, o suicídio ocupa o terceiro lugar, depois de acidentes de trânsito e da violência.

No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, ficando atrás de acidentes e homicídios.

“As taxas sempre foram maiores na terceira idade. Hoje a gente observa que, entre os jovens, elas sobem assustadoramente”, afirma Alexandrina Meleiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.

Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas.

Segundo o estudo, os adolescentes evitam procurar ajuda por temerem o estigma e que rumores sobre seus pensamentos suicidas se espalhem pela escola. 

Há outra mudança no perfil dos que cometem suicídio. O risco, que sempre foi maior entre homens, tem aumentado entre as meninas. 

Segundo Meleiro, isso se deve a gestações precoces e não desejadas, prostituição e abuso de drogas. 

O problema, porém, é negligenciado, como mostram dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade afirma que os casos de suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos e que 1 milhão de pessoas no mundo morrem dessa forma por ano.

No Brasil, estima-se que ocorram 24 suicídios por dia. O número de tentativas é até 20 vezes maior que o de mortes.

“O suicídio é uma epidemia silenciosa. E o preconceito em torno das doenças mentais faz com que as pessoas não procurem ajuda”, diz Meleiro. Cerca de 90% dos suicídios estão ligados a transtornos mentais.

Segundo a OMS, pouco tem sido feito em termos de prevenção. Os pesquisadores, da Universidade de Oxford e da Universidade Stirling, na Escócia, dizem que mais pesquisas são necessárias para compreender os fatores de risco e melhorar a prevenção. 

Uma estratégia é limitar o acesso a meios que facilitem o suicídio, como armas. 

Meleiro diz ainda que as pessoas costumam dar sinais antes de uma tentativa. “Acredita-se que perguntar se a pessoa tem pensamentos suicidas vai estimulá-la, mas isso pode levá-la a procurar ajuda.” 

A psiquiatra da infância e da adolescência Jackeline Giusti, do Hospital das Clínicas da USP, afirma que é importante prestar atenção a sinais de automutilação nos adolescentes, porque a prática aumenta o risco de suicídio. 

“Professores, clínicos e pediatras têm que ficar atentos a essa possibilidade e investigar. É um sinal de que algo não está legal e merece cuidados. Em geral os adolescentes que se mutilam são deprimidos, têm ansiedade e têm uma dificuldade enorme pra dizer o que estão sentindo ou para pedir ajuda.”

17/05/2013

Esse Obscuro Objeto Do Desejo - Filme Completo

SINOPSE: Logo após Mathieu (Fernando Rey) entrar em um trem, ele joga um balde de água numa bela jovem que estava na plataforma, causando uma grande surpresa nos demais passageiros. 

Ele resolve explicar a razão do seu ato e lhes conta que ficou obcecado por Conchita (Carole Bouquet). 

Começa então um jogo de gato e rato no qual Mathieu, um homem rico e sofisticado que está entrando na 3ª idade, tenta obsessivamente ganhar os afetos desta jovem de 18 anos. 

Enquanto ela manipula-lhe o desejo carnal, cada um, tenta por sua vez, ganhar absoluto controle sobre o outro.
Classificação Indicativa: 16 anos

13/05/2013

Transtorno de Estress Pós Traumático - Estudo


Por: André Lacerda - Psicanalista
Clínica Psicanalítica Ltda-
Rua dos Andradas 904 - conj 33 P.Alegre


O Transtorno de Estress Pós Traumático ou TEPT é uma reação do organismo parecida com a Síndrome do Pânico, porém com uma característica importante:

É uma reação a acontecimento inesperado, ameaçador, imprevisível e traumático, por exemplo:

Combate, seqüestro, prisão, assalto, estupro, acidente, agressão física ou moral, etc.

Um diagnóstico preocupante, um resultado de exame de laboratório que indique doença grave, uma cirurgia difícil, um pós operatório complicado, uma perda financeira ou afetiva, incêndio, inundação, terremoto, combate.

Também pode desenvolver quando a pessoa testemunha ou fica sabendo de uma experiência semelhante que ocorreu com outra pessoa de sua família ou de seu relacionamento.

Sintomas do Estresse pós Traumático:

(Taquicardia, sudorese, falta de ar, tremor, fraqueza nas pernas, ondas de frio ou de calor, tontura, sensação de que o ambiente esta estranho, de que vai desmaiar, de que vai ter um infarto, de uma pressão na cabeça, de que vai "ficar louco", de que vai engasgar com alimentos, assim como crises noturnas de acordar sobressaltado com o coração disparando e com sudorese intensa, diarréias, sintomas de uma Labirintite, pensamentos que não saem da cabeça de que poderiam ter doenças graves mesmo que todos os exames sejam normais ou de que poderiam fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas)

mais:
Pesadelos e terrores noturnos relacionados com o evento traumático.
Flash Backs (a pessoa tem a sensação de estar vendo ou vivenciando a mesma situação, como uma cena de filme).

Com o passar do tempo, o paciente de Stress pós Traumático ou TEPT desenvolve um estado depressivo crônico com apatia, irritabilidade, desinteresse, diminuição de memória e culpa.

Algo que lembra a situação desencadeante pode causar ataques de ansiedade.

A pessoa passa a evitar situações que possam lembrar o evento que provocou o Stress pós Traumático.
Diminuição de rendimento escolar e profissional
Isolamento social.
Desesperança com relação a planos de vida de antes do evento traumático.

O que é?

O transtorno de estresse pós-traumático pode ser entendido como a perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia.

O transtorno consiste num tipo de recordação que é melhor definido como revivescência pois é muito mais forte que uma simples recordação. Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente. O transtorno então é a recorrência do sofrimento original de um trauma, que além do próprio sofrimento é desencadeante também de alterações neurofisiológicas e mentais.

Diagnóstico

O primeiro aspecto a ser definido é a existência de um evento traumatizante. Aquele suficientemente marcante, não há dúvidas quanto a ser ameaçador à vida ou à integridade individual, como os seqüestros, assaltos violentos, estupros.

Há, contudo certos eventos que podem não ser considerados graves como um acidente de carro sem vítimas. Mesmo assim caso uma pessoa venha a apresentar o quadro de estresse pós-traumático perante uma situação que poderia não ser considerada forte o suficiente para causar danos à maioria das pessoas, pode causar danos para outras.

Com certeza, um evento marcante, fora da rotina, que de alguma forma represente uma ameaça, tem que ter acontecido: sem isso não será possível fazer o diagnóstico, pois a definição dele envolve o evento externo.

Os sintomas têm que estar diretamente relacionados ao evento estressante, as imagens, as recordações e as revivescência têm que ser a respeito do ocorrido e não sobre outros fatos quaisquer ainda que ameaçadores.

Para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado um evento traumatizante ou gravemente ameaçador.

Quando esse evento ocorre, é necessário também que a pessoa tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente após o evento traumático. Depois disso o indivíduo deve passar a ter recordações vivas, intrusivas (involuntárias e abruptas) do evento, incluindo a recordação do que pensou, sentiu ou percebeu enquanto vivia o evento traumático.

Podem ocorrer pesadelos baseados no tema. Sentir como se o evento fosse acontecer de novo, chegando a comportar-se como se estivesse de fato vivendo de novo o evento traumático. Nesses eventos é possível que o paciente tenha flashbacks ou alucinações com as imagens do evento traumático.

As situações que lembram o evento causam intenso sofrimento e são evitadas. Ter de expor-se novamente ao local pode ser insuportável para o paciente. Por isso o paciente passa a evitar os assuntos que lembrem o evento, como também as conversas, pessoas, objetos e sensações, tudo que se relacione ao trauma.

A recordação dos aspectos essenciais do trauma pode também ser apagada da memória. A pessoa pode afastar-se do convívio social e outras atividades mesmo que não relacionadas ao evento. Pode passar a sentir-se diferente das outras pessoas.

Pode passar a ter dificuldade de sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos. Pode passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita, passando a viver como se fosse morrer dentro de poucos anos, sem que exista nenhum motivo para isso.

Outros sintomas podem ser também: insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas a estímulos normais ou banais.

Para se fazer o diagnóstico é preciso que esses sintomas estejam presentes por no mínimo um mês. Caso o tempo seja inferior a isso não significa que a pessoa não teve nada, só não se pode dar esse diagnóstico.

Certos sintomas não compõem o diagnóstico, mas podem ser encontrados no paciente com estresse pós-traumático como dor de cabeça, problemas gastrintestinais, problemas imunológicos, tonteiras, dores no peito, desconfortos.

Considerações

O transtorno de estresse pós-traumático é provavelmente um transtorno muito comum, porém pouco conhecido, como nas décadas passadas foram desconhecidos porém freqüentes os transtornos de pânico, fobia social, obsessivo compulsivo.

O estresse pós-traumático se diferencia dos demais transtornos de ansiedade e da maioria dos transtornos mentais por ser causado a partir de um fator externo.

O aparato mental do homem é capaz de lidar com situações estressantes sem que isso deixe cicatrizes, da mesma forma que os vasos sanguíneos são capazes de suportar elevações da pressão arterial durante o exercício físico normalmente.

Há, contudo limites a partir dos quais o funcionamento mental fica perturbado. Provavelmente isso ocorre quando os mecanismos de enfrentamento e suporte contra estresse são fracos ou quando os estímulos são fortes demais.

Quando surgirá o transtorno não podemos saber, o fato de uma pessoa ter passado por um trauma não significa necessariamente que ela terá estresse pós-traumático.

Observa-se que num mesmo evento, algumas pessoas podem apresentar esse transtorno e outras não. Essas variações nos levam a julgar que existem também predisposições pessoais a este problema, o que de fato tem sido constatado.

Pessoas com outros problemas de ansiedade prévios apresentam maior susceptibilidade a desenvolverem o estresse pós-traumático.

Grupo de Risco e Curso

Qualquer pessoa pode desenvolver estresse pós-traumático, desde uma criança até um ancião. Os sintomas não surgem necessariamente logo após o evento, podem levar meses. O intervalo mais comum entre evento traumatizante e o início dos sintomas são três meses. Muitas pessoas se recuperam dos sintomas em seis meses aproximadamente, outras podem ficar com os sintomas durante anos.

Transtorno de estresse pós-traumático: uma neurose de guerra em tempos de paz

Como compreender e tratar pacientes que foram vítimas de episódios violentos, como estupro, assalto, seqüestro? Quais as conseqüências psicológicas desses eventos?

Vejamos a visão psicanalítica sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), já reconhecido internacionalmente como doença.

Trata-se de um tema que foi historicamente importante para o desenvolvimento da Psicanálise, pois se percebeu que os sintomas apresentados pelos pacientes que sofriam de neurose traumática não podiam ser explicados pela teoria usual, ou seja, como uma manifestação simbólica de algum conflito inconsciente.

Apesar disso, o TEPT parece ter sido deixado de lado com o tempo. Preocupados com a responsabilidade do profissional de saúde em uma realidade em que a violência se faz cada vez mais presente e muito se debate o funcionamento mental do criminoso, mas se deixa de lado as conseqüências na psique da vítima, os autores oferecem compreensões teóricas e propostas de intervenção.

Devemos num primeiro momento rever a descrição do transtorno e, considerando a definição da CID-10 como vaga demais, explicar fatores como a experiência (resultante do evento factual que não é elaborado e da vivência) e também quais episódios da realidade poderiam ter maior capacidade traumática.

Pode-se começar vislumbrando a origem do TEPT na frustração libidinal associada a uma situação de perigo, de maneira que uma situação pode tornar-se um trauma quando o perigo presente nela excede as capacidades individuais de enfrentá-lo.

Em relação aos sintomas, detalhamos os critérios do DSM-IV, visto como mais específico se comparado com a CID-10, tomando o cuidado de diferenciar o TEPT do Transtorno Dissociativo.

Já em relação à prevalência, existem pesquisas que indicam que quantidades significativas de pessoas não conseguem se restabelecer por conta própria após alguns meses do evento, considerando cinco fases de resposta ao trauma.

Em casos crônicos, o TEPT pode permanecer por muitos anos, especialmente quando o episódio violento foi provocado por humanos, fazendo o indivíduo remodelar sua vida de maneira a evitar situações perigosas.

Importante, apresentar e discutir outros transtornos associados ao TEPT e como se dá a comorbidade.

Com relação as bases biológicas do transtorno de estresse pós-traumático, visando a uma interação entre estruturas teóricas diferentes, podemos verificar o transtorno como uma falha do organismo em se recuperar de eventos marcantes.

Entre os neurotransmissores importantes no quadro, destacamos o cortisol, um mediador da resposta de estresse, que possui relação com as memórias intensas e inapropriadas do episódio.

Como o cortisol se apresenta em quantidade reduzida em pacientes com TEPT, aventa-se a possibilidade de se prever o desenvolvimento do transtorno no período imediatamente após o evento estressor.

Abordando a metapsicologia do trauma, propõe-se uma teorização da ação do trauma no aparelho psíquico, segundo Freud e Ferenczi, apresentando evidências de uma teoria inconsciente sobre o paciente e as causas das dores, diferente da Medicina.

Visando a descobrir como a psique lida com quantidades excessivas de estimulações, vamos rever os subsistemas j, y e w, sua função e diferenciação, e como eles agem com a distribuição de energia no trabalho psíquico.

Propõe-se que o TEPT apareça como uma repetição compulsiva da dor de quando a vítima se sentiu abandonada e impotente perante uma ameaça a sua vida, o que sugere que o trauma seja uma ferida egóica que provoca um distúrbio narcísico.

Intensificando a questão crucial (psíquica) avocamos no estudo a fixação no trauma e a teoria da libido, retoma-se o conceito de pulsão de morte e compulsão à repetição na teoria freudiana.

Propõe-se que o trauma apareça por causa de um excesso de estimulação e incapacidade do aparelho psíquico em se livrar dela, surgindo uma angústia semelhante à do nascimento.

A fixação no trauma, assim, se daria como uma busca por uma nova experiência que proporcionasse uma descarga adequada.

A concepção psicanalítica de neurose e o TEPT, relembra que o transtorno surge a partir de um momento único e com sintomas não simbólicos, ao contrário das outras neuroses, onde trazemos o conceito de Neurose Traumática proposto por Freud.

Após uma detalhada revisão histórica da obra freudiana sobre o tema, explica-se como o TEPT surge devido a três alterações no aparelho psíquico: inicialmente uma falha na descarga da excitação, surgindo, por diversos fatores, a compulsão à repetição e, por fim, falhas nas defesas.