17/12/2012

Existe Relação entre Criança Adotada e TPB?


Da série: Comentários que Merecem Destaque
Comentário feito nessa postagem aqui.

Anonimo, um novo estudo afirma que filhos adotivos possuem quase o dobro da possibilidade de, na adolescência, desenvolver problemas comportamentais ou emocionais. 

O estudo também abre a questão sobre o que estaria por trás desse risco acentuado: Os pais adotivos ou a genética? 

Apesar disso a pesquisadora afirma que não há nada nestes resultados que deva desencorajar a adoção. “Todos os adolescentes lutam para encontrar sua identidade”, disse Margaret. “Faz sentido que as crianças adotadas tenham que lutar mais do que as outros.” (ref:Time)

Então há a possibilidade de a criança adotada desenvolver um transtorno de personalidade, inclusive o TPB. Mas isso não é uma regra.

Segundo lemos na matéria Destino das Crianças Adotadas, muitos psicólogos , psiquiatras  e psicanalistas  já   estudaram  "os ferimentos  das crianças adotadas e as dificuldades das familias adotantes. 

Mas o que se passa com essas crianças quando alcançam a idade adulta? Uma possibilidade é que a ferida original, provocada pelo  abandono, cicatrize graças ao amor da família adotiva e ao sentimento de filiação que ela engendra".

Outra possibilidade é que  "os segredos de famílias tornem as feridas ainda mais dolorosas e lancinantes"

Para os que foram adotados,  a questão é melindrosa. Muitos temem nunca poderem se livrar  da etiqueta de criança abandonada. "Como se a sociedade considerassem-nos como   seres diferentes,marcados na carne  com ferro quente."

Diane Drory, psicóloga, psicanalista co-autora com  Colette Frère do livro Le Complexe de Moïse. Paroles d'adoptés devenus adultes (O Complexo de Moisés. Palavras de adotados que se tornaram adultos) , realça a importância de não se estigmatizar as pessoas adotadas. "Se elas puderam superar as duras  provas da adoção, foi graças a incrivel energia vital que possuem. É preciso  ter muita  confiança nelas , não considerá-las como vítimas. E não atribuir-lhes todas as dificuldades que encontram na adoção."

A questão das origens pode ressurgir com muita força, quando ocorrem certos acontecimentos na  vida destas pessoas: nascimentos, luto, fracasso  profissional, ruptura  amorosa...  No livro, L’enfant et la séparations parentale’’, Diane DRORY descreve  O  complexo de Moisés., Ela  conta o exemplo de Marie-Claire, que  sentiu muito a  ausência de sua mãe biológica quando ela ficou grávida.

De fato, os adotados  evocam com muita dificuldades o que ressentem. A  resiliência, esta capacidade das pessoas a se recobrar ou se adaptar às provações da vida, depende também da criatividade.  

Entretanto,  a resiliência  não é adquirida de maneira definitiva. Nossa identidade está sempre em construção. "A resiliência do adotado  é sem dúvida a aceitação, como todo o mundo, que a identidade é  movediça", salienta ainda  Diane Drory. 

"A ferida do abandono deu-me muita força", revindica Hélène Jayet. É esta força que dá uma grande sensibilidade aos adotados  e uma abertura  ao  mundo.



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