por Gabriel Chalita
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras
inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais
próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro.
Parece que o
mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram
que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo
da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa transtornos. E, às
vezes, um tijolo cai e nos machuca.
Outras vezes, é o cal ou o cimento
que suja nosso rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo nós
temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que
convivem conosco também têm de fazer.
Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros.
Esta é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram.
A partir dessa
conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os
transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros
são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada,
é preciso olhar adiante.
Se nos preocupamos com o que passou, com a
poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E
será um desperdício.
O convite que faço é que você experimente a beleza do perdão. É um
banho na alma! Deixa leve! Se eu errei, se eu o magoei, se eu o
julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos…
...Estou em
construção!
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