10/04/2011

Estudo sobre o TPB by Helena Polak - parte I

Nascida em Praga, capital da República Tcheca (fazia parte da antiga Tchecoslováquia), e radicada em Nova Lima, na região metropolitana de BH, a professora e tradutora por profissão Helena Polak, 66 anos, teve na repentina e dolorosa mudança de atitude de uma sobrinha a motivação para pesquisar a fundo um distúrbio comportamental relativamente comum, mas paradoxalmente pouco estudado pela ciência: o transtorno de personalidade limítrofe (borderline).

Queria poder explicar por que a parenta alternava o humor entre a alegria e a raiva tão rapidamente. Desejava entender o que levava a jovem a mentir, ser agressiva e autodestrutiva num momento e, no outro, alegre e gentil.

Disposta a ajudar, Helena percorreu consultórios de psiquiatras, psicanalistas e toda ordem de terapeutas, sem muito sucesso ou mesmo um diagnóstico preciso que permitisse algum tratamento e alívio para o sofrimento da família. 

“Minha sobrinha começou a apresentar atitudes muito preocupantes, gerando mágoas e ressentimentos. Por esse motivo saí em busca de explicações para as possíveis causas de tais comportamentos”, diz.

Mas, o que Helena descobriu foi que, apesar de ter sido descrito pela primeira vez, em 1938, pelo psicólogo norte-americano Adolf Stern, para definir uma patologia entre a neurose e a psicose, o conceito de borderline permanece pouco conhecido. 

“O primeiro congresso mundial sobre o assunto aconteceu ano passado, em Berlim, na Alemanha. Internacionalmente, a conscientização acontece de maneira lenta. 

Cerca de 25% das internações por problemas mentais são devidas ao borderline, mas demoram demais para fazer o diagnóstico”, diz a professora que, mesmo leiga no assunto, reuniu as mais diversas análises existentes, os diferentes tipos de abordagens médicas e escreveu o livro Sensibilidade à Flor da Pele – Entendendo o Transtorno Borderline.

A obra, lançada pela editora Clube de Autores e vendida apenas pela internet (www.clubedeautores.com.br), apresenta de forma simples as características do borderline e traz dicas práticas para uma convivência mais harmoniosa com as pessoas que sofrem desse transtorno

“Acho muito importante passar a mensagem de que é essencial entender o problema, adotar atitudes diferentes e ter compaixão. Isso é fácil de falar, mas difícil de fazer, porque o paciente, sem querer, acaba prejudicando as pessoas ao seu redor, causando problemas econômicos e outras coisas que geram muita raiva e ressentimento. Mas, se você ama, tem jeito de ajudar, sim”, diz a escritora.

(Primeira parte da entrevisa publicada na Revista Virtual Encontro)

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