19/04/2011

Depoimento Borderline - O Diagnóstico


Da série: Comentários que Merecem Destaque
Comentário feito nessa postagem aqui.

Faço tratamento, agora, finalmente, com um profissional especializado no transtorno. 

O diagnóstico correto é um problema no caso de borders. Existem bons psiquiatras, psicologos, terapeutas, psicanalistas e etc ... mas, os conhecem bem o transtorno, são poucos.

Então, frequentemente, somos diagnosticados como bipolares, com TDAH, depressivos e medicados para tal ... OU PIOR, quando eles não conseguem definir o que temos e dizem: "ah eu não gosto de rotular, é um conjunto de sintomas que vc tem(?!?!?!) vamos tratando os sintomas" 

Isso foi muito complicado pra mim pq eu me via cada vez mais sozinha, sem saber o que estava acontecendo, perdida ... agindo de maneira que os outros não entendiam, que nem eu entendia ...

Comecei o tratamento correto faz poucos meses. Eu acho que nunca me acomodei e nunca deixei de questionar e xeretar em livros, net, etc até que eu mesma procurei uma pessoa que trabalhava com borders e que fez o diagnostico correto. 

É claro que muitas vezes queria desistir. Eu me achava "louca". Os outros me chamavam de maluca. Meu comportamento não se encaixava no "padrão". 

Meus namoros eram turbulentos demais ... quando conhecia um rapaz tinha muito medo de me aproximar mas depois tinha muito medo de ser abandonada, rejeitada. 

Não conseguia e não consigo manter uma atividade, a menor que seja, até mesmo ver um DVD inteiro ... e ouço, vc deve se concentrar rsrs, vc não se esforça, vc não tem força de vontade ... enfim, tenho todas as dificuldades de um border ... e acho que, por isso, não me sentia confortável quando diziam "vc tem um conjunto de sintomas" ... por favor, né? 

O diagnóstico correto é muito importante pra comerçarmos um longo trabalho, degrau por degrau, pra tentarmos ter o mínimo de qualidade de vida, para continuarmos (usando o verbo q a wally sabiamente usou), pelo menos, (sobre)vivendo.

O tratamento correto é uma porta pra que possamos nos entender melhor.

Beijo pra todos
Maria

5 comentários:

  1. Por favor, pode dar o contato desse terapeuta? É muito importante! Obrigado!

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  2. Oi, tenho lido muito o blog nos últimos dias e me identifiquei com muitos depoimentos. Já passei por diversos tratamentos com profissionais diferentes e nenhum deles nunca sequer sugeriu que eu pudesse ser border. Minha vida começou a mudar, pelo que me recordo, quando entrei na adolescencia. São mais de dez anos vivendo como se eu não pertencesse a esse mundo. Me sinto como se fosse uma estranha no meio das pessoas. Não consigo interagir, manter amizade ou relacionamentos sadios. Tenho uma necessidade enorme de ser aceita, de ser agradável e sofro ao menor sinal de rejeição. Para evitar a dor insuportável do abandono, muitas vezes eu mesma me afasto para evitar o sofrimento. Vivo constantemente angustiada. As crises de isolamento tem sido mais frequentes. Já não consigo mais me controlar como antes, assim como também não consigo conversar com ninguém sobre o que sinto. As poucas palavras que consegui dizer sobre meu estranho comportamento não foram levadas a sério pelas pessoas. Para elas trata-se apenas de falta de comprometimento, de vontade de querer fazer diferente. Acho que ninguém escolhe o sofrimento, a dor, o vazio e a solidão, quando se é "saudável". Viver assim não é o caminho mais fácil ou o melhor, por isso não tenho com quem falar. As pessoas não entendem e nem ao menos respeitam. Entendo também o lado delas. Não deve ser fácil conviver com uma pessoa tão inconstante e instável como eu. Sei que é inevitável que elas se mogoem comigo, mas não consegui ser diferente, ainda, embora esteja tentando. O que eu mais queria na vida era encontrar meu lugar, não mais me sentir inadequada, não mais sentir esse vazio na alma. Depois de muito ler as postagens do blog, decidi procurar ajuda novamente. No impulso, liguei para marcar uma consulta com um psicólogo. Terei que aguardar vaga, mas a secretária disse que não deve demorar. Hoje, agora que escrevo, a impulsividade baixou e estou começando a ficar com medo do tratamento. Medo de remexer no passado, medo de não conseguir dar continuidade ao tratamento... Sei que antes de tudo, PRECISO de ajuda e vou tentar ser o mais clara possível com a terapeuta. Vou me esforçar para não me sentir dependente dela, como aconteceu outras vezes, em que acabei abandonando o tratamento. Primeiro vem a dependência, depois, o medo do abandono me faz desenvolver rejeição pelo profissional e como consequência nunca consigo fazer um tratamento completo. Desculpem o desabafo, mas me senti segura para compartilhar com vocês um pouco do que vivo diariamente...

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  4. Bem eu estou lendo sobre Transtorno de Personalidade Borderline e ainda não sei se tenho ou não o transtorno, apenas me identifico com alguns comportamentos. Quem me deu uma dica do que poderia estar acontecendo comigo, foi meu namorado digo, meu ex namorado porque, eu terminei com ele em um rompante momento que acreditava que não o amava mais por ele não atender todas as minhas necessidades. Ele está começando a faculdade de Psicologia e também me ama muito e por isto procurou respostas para o meu comportamento porque realmente eu o faço sofrer muito. Sinto ciúmes incrontolável, procuro motivos absurdos para provocar brigas, invado a sua privacidade. Estamos juntos ha quase 4 anos e já terminei nosso relacionamento umas 4 vezes ou mais. Depois de um tempo acabo repensando minhas atitudes e reconhecendo meus erros e com uma certeza verdadeira de mudança de comportamento mas, como mudar se eu não sabia como? Ele está muito abalado psicologicamente depois de anos de convívio comigo e talvez agora eu não consiga mais telo comigo novamente. Eu o amo verdadeiramente mas, também entendo que seja difícil ficar comigo e não quero vê-lo sofrer. Vou procurar ajuda, tomar medicação se for necessário e talvez um dia mesmo em recuperação a gente consiga ter uma convivência normal

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  5. Olá! Ao ler sobre borders era com se lesse sobre minha própria história. A dor e a angústia que sinto, só quem é border como eu,
    consegue imaginar sua dimensão! Meus familiares
    não tem nem mesmo a idéia do que enfrento, que
    realmente tenho um transtorno de personalidade.
    Me odeio, por fazer outros sofrerem, por ter traído meu ex-marido, por ter perdido um amor ... Acho que nunca poderei viver com um homem um relacionamento feliz e duradouro, que é o que mais quero!!! Meus erros só fazem
    aumentar meu sentimento de culpa. O desejo de acabar com minha vida tem ainda mais apoio. O sofrimento só aumenta e a dor me destrói.Não tenho o porque de querer a vida se faço apenas
    o que não queria: o mal aos que estão ao meu redor!!!

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