A síndrome alcoólica fetal (SAF), caracterizada por microcefalia, dismorfias craniofaciais e retardo mental, foi descrita em 1968 e ratificada em trabalhos científicos de 1973.
O abuso ou consumo de álcool pela gestante a submete ao mesmo índice de risco que o álcool tem na população em geral.
No entanto, representa riscos graves e únicos ao feto e está associado à síndrome alcoólica fetal.
A etapa da gestação na qual há o consumo de álcool também é importante. O consumo de álcool durante o primeiro trimestre é mais perigoso do que durante o segundo trimestre que é, por sua vez, mais perigoso do que durante o terceiro e assim por diante.
O álcool ingerido por uma gestante atravessa facilmente a barreira placentária até chegar ao feto. Por isso, o consumo de álcool pode adversamente afetar o desenvolvimento do bebê.
A síndrome alcoólica fetal apresenta as seguintes anormalidades:
* atraso no crescimento intra-uterino: deficiências de crescimento do feto e do recém-nascido em todos os parâmetros: perímetro da cabeça, peso, altura)
* atraso no desenvolvimento acompanhado de redução da função mental (de moderada a grave)
* anormalidades faciais incluindo cabeça pequena (microcefalia), maxilar superior pequeno,nariz pequeno e curvado para cima,sulco labial liso (ranhura no lábio superior),lábio superior liso e fino, olhos com aparência incomum com pregas epicânticas proeminentes
* defeitos cardíacos como o defeito do septo ventricular (VSD) ou o defeito do septo atrial (DAS)
* anormalidades dos membros nas articulações, mãos, pés, dedos das mãos e dos pés.
Acredita-se, de acordo com opinião de diversos especialistas, que manifestações neurocognitivas semelhantes à sindrome de déficit de atenção (SDA), com ou sem hiperatividade, possam ser secundárias à ação do etanol sobre o cérebro em formação embrionária.
Nestes casos, não seria necessário grande consumo de bebidas alcoólicas pela mãe, mas eventuais abusos ou uso continuado acima do recomendado. Deve-se chamar a atenção para estes casos, pois a crença popular, partilhada por muitos profissionais da saúde, não vê problema no uso de bebidas alcoólicas durante a gravidez.
Já existem centros, como o da Universidade de Washington e o da Universidade de Lille (Centro Hospitalar de Tourcoing), nos Estados Unidos, que vêm desenvolvendo importantes trabalhos neste campo.
No Brasil, o problema vem despertando maior atenção, com a vinda de especialistas estrangeiros a encontros organizados por universidades.
O Brasil é um dos maiores consumidores de bebidas alcóolicas do mundo e aqui a cerveja contém a mesma quantidade de álcool puro por dose-padrão: uma caneca de chope equivale a uma taça de vinho, a uma dose de cachaça ou de uísque.
(fonte)
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