02/12/2010

Por que o Borderline se Auto Mutila?


A auto-mutilação é outro comportamento TPB que é muito difícil para os familiares entenderem. 

Os exemplos incluem cortar, queimar, quebrar os ossos, dar pancadas na cabeça, espetar com agulha, arranhar a pele, arrancar os cabelos, e rasgar cicatrizes – tudo sem a intenção de se suicidar. 

Algumas vezes, comportamentos compulsivos ou perigosos podem ser um tipo de auto- mutilação tais como: comer demais ao ponto da obesidade, por exemplo, ou provocar lutas físicas com outros e dirigir em alta velocidade

O auto-ferimento é um mecanismo de defesa que os borders usam para liberar ou controlar sua esmagadora dor emocional – geralmente sentimentos de vergonha, raiva, tristeza e abandono. a auto mutilação pode liberar seu próprio narcótico corporal, conhecidos como beta-endorfinas. 

Estes agentes químicos conduzem a um sentimento geral de bem estar. 

As razões Borderlines para a auto-mutilação variam tremendamente e incluem:

• Para se sentir vivo, menos entorpecido e vazio 
• Para se sentir mais entorpecido 
• Para expressar raiva por outros 
• Para punir a si mesmos ou expressar auto-repugnância (provavelmente mais freqüentes entre BPs que foram abusados) 
• Para provar a alguém que eles não são “maus” como eles estão pensando 
• Para aliviar o stress ou a ansiedade 
• Para trazer de volta o senso de realidade 
• Para se sentir “real” 
• Para sentir que tem o controle sobre sua dor 
• Para procurar alívio para a dor emocional, frustração e outros sentimentos negativos por alimentar a dor física 
• Para transmitir a dor emocional para outros ou pedir ajuda

O auto-dano pode ser planejado de maneira antecipada ou feito impulsivamente. Pode ser executado intencionalmente ou inconscientemente - quase como se a pessoa estivesse em uma neblina e não percebe o que está fazendo. 

Uma pessoa que se mutila pode ou não sentir dor quando está fazendo isso. Algumas pessoas escondem sua auto-mutilação. Algumas pessoas que nós entrevistamos até mesmo aprenderam a costurar suas feridas para que não tenham que procurar a atenção médica e revelar seu segredo. 

Outras pessoas são mais abertas sobre os resultados do seu auto-ferimento - talvez porque essa é uma maneira de pedir ajuda ou um método de comunicar sua dor.

As pessoas com TPB que nós entrevistamos estavam frequentemente muito cientes de suas próprias razões para o auto-ferimento. Mas um conhecimento intelectual não fez com que ficasse mais fácil parar. 

A maioria sentia que a auto-mutilação se tinha transformado um hábito difícil de largar, assim como o cigarro, e o impulso para fazer isso pode ser tão poderoso como o impulso de fumar um outro cigarro. 
Há um mal-entendido de que todas as pessoas com TPB ferem a si mesmos ou são suicidas. Muitos não são. Os borders que se ferem, entretanto, podem procurar a ajuda profissional mais frequentemente do que aqueles que não.

(fonte: trecho extraído do livro Stop Walking on Eggshells)

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