15/11/2010

Mitos & Verdades Sobre o TPB

Mito: pessoas com TPB nunca conseguirão melhorar.

Realidade: muitas pessoas com TPB relatam bons resultados com o tratamento apropriado.
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É verdade que traços de personalidade enraizados não são fáceis para as pessoas mudarem.

Mas o comportamento TPB que foi aprendido pode ser desaprendido. 

E muitos sintomas de TPB que são naturalmente biológicos ou químicos podem ser tratados eficientemente com medicação.

Porque é, então, que esse mito persiste – apesar do fato de que pesquisadores tem demonstrado tratamentos eficazes? 

O problema é o estigma do TPB e a falta de consciência. A pesquisa de tratamentos eficientes para o TPB é tão nova que muitos clínicos veteranos não foram expostos a ela durante seu treinamento. 

Em adição, os clínicos são bombardeados com pesquisas contraditórias sobre o tratamento do TPB, o que pode deixá-los confusos sobre quais tratamentos propostos são mais eficientes.

Desde então muitos profissionais de saúde mental acham que trabalhar com pacientes borderlines é difícil e exaustivo, os novos estudos promissores geralmente passam despercebidos pelos clínicos que não são especializados em TPB .

Isso se torna um círculo vicioso: os clínicos não lêem estudos que podem ajuda-los a trabalhar com pacientes borderline porque eles acreditam que os pacientes borderlines serão sempre difíceis de trabalhar.

Outro problema é que muitos planos de seguro não cobrem o tratamento para TPB – novamente, por causa do mito de que o tratamento raramente funciona. Isso age como uma barreira para os clínicos aprenderem sobre os tratamentos avançados do TPB 

Os clínicos confiam então em informações desatualizadas, em indicações enganosas e em informação falsa sobre o TPB que eles ouvem de seus associados.


Mito: O TPB é um "definição cesta-de-lixo". Isto é, os clínicos dão aos pacientes este diagnóstico quando eles não conseguem imaginar o que há de errado com eles. 

Realidade: O TPB será diagnosticado apenas quando o paciente satisfizer o critério clinico específico.

Janice Cauwels escreveu: O TPB é até agora um diagnóstico cesta-de-lixo, um rótulo empurrado nos pacientes por terapeutas que estão tentando fingir que sua doença é entendida.

Isso é também usado para ponderar erros ou fracassos de tratamento, para evitar prescrever drogas ou outros tratamentos medicamentosos, para justificar problemas sexuais que talvez sejam levantados na terapia, para expressar aversão aos pacientes e para justificar o comportamento resultante de tais reações emocionais.

Em outras palavras, alguns clínicos usam a palavra “borderline” como alguns escolares usam a palavra “piolho”. Mas o fato de que o TPB é usado como uma definição cesta-de-lixo não faz dele uma definição cesta-de-lixo.
Chamar a grapefruit de maçarico recheado NÃO faz dela um maçarico recheado.

Um paciente será diagnosticado como borderline apenas se ele satisfazer o critério clinico e somente depois de um clinico ter trabalhado com o paciente por muito tempo para verificar que os sintomas TPB são persistentes, extremos e de longa duração.


Mito: Mulheres tem TPB; homens tem Transtorno de Personalidade Antisocial 

Realidade: Embora o TPB seja diagnosticado mais frequentemente em mulheres, também existe em homens. 
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De acordo com o DSM-IV, aproximadamente 75 por cento daqueles diagnosticados com TPB são mulheres e a maioria das pessoas diagnosticadas com Transtorno de Personalidade Antisocial são homens.

Mas embora os transtornos de personalidade tenham algumas similaridades externas (dificuldades com relacionamentos, tendência de culpar outros), suas condições internas são notavelmente diferentes.

Os borderlines sentem vergonha, culpa, angústia emocional e vazio; pessoas com TPA geralmente não.


Mito: Não existe tal coisa de TPB. 

Realidade: Mais de trezentos estudos e pesquisas e três mil documentos clínicos fornecem ampla evidência de que o TPB é uma doença psiquiátrica diagnosticável e válida. 

Os clínicos podem alegar que o TPB não exista por várias razões. 
Eles talvez não tenham se mantido atualizados com as pesquisas e estão mal-informados. 

Eles talvez acreditem que o TPB não é um transtorno separado, mas parte de outra doença como o Transtorno Bipolar ou o Transtorno do stress pós-traumático.

Eles talvez simplesmente rejeitem a idéia de rotular alguém como “borderline” porque acham que isso é muito estigmatizado, ou eles talvez achem que quase todos os psiquiatras diagnosticam de maneira restritiva e enganosa.

(fonte: trecho extraído do livro Stop Walking on Eggshells)

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