A mãe de Natasha mostra-se como uma mulher cansada, sofrida e passiva, relatando várias dores e sofrimentos.
O pai mostra-se acentuadamente defensivo e projetivo, minimizando as situações e não se implicando nas mesmas.
Para a mãe, os problemas familiares giram em torno da condição do marido (pessoa complicada, rígida, bebe excessivamente e se descontrola). O pai de Natasha frequentemente, se envolve em brigas, discussões, problemas com a polícia. Faz uso abusivo de álcool e já se envolveu em acidentes. Agride as pessoas fisicamente, inclusive a esposa e a filha, que reclamam da pouca atenção destinada à família.
Sobre a história de vida de Natasha, um fato marcante é que após o nascimento do último filho a mãe entrou em depressão e teve problemas neurológicos (desmaios, ataques epiléticos, perda de memória). Nessa época, Natasha tinha cerca de 3 a 4 anos.
Na percepção dos pais, dentre os filhos, Natasha é a que sempre se destacou, chamando a atenção de alguma forma.
Frequentemente “aprontava” na escola, envolvendo-se em confusões e brigas com colegas e professores, matando aula etc.
A mãe considera a filha confusa, contraditória, instável, com muitas oscilações de humor e de comportamento. Além disso, percebe que Natasha nunca construiu relações de amizades muito íntimas.
Na percepção do pai, ele tem um bom relacionamento com a filha, e considera que ela o respeita (o que não acontece com a mãe). Disse ser mais explosivo e mais rígido que a esposa, já tendo se utilizado de “surras” na educação dos filhos, principalmente com Natasha. Ele considera Natasha muito “emburrada”, sempre insatisfeita e reclamando das coisas. Não permite que as filhas namorem.
Os pais já desconfiaram do uso de drogas por parte de Natasha, pois perceberam mudanças em seu comportamento e incremento da agressividade. Porém, negam a situação, referindo que controlam a filha e acreditando que ela não tem inclinação para isso.
A jovem ressaltou várias vezes o quanto não se sentia bem em casa, o que a leva a sair para esquecer dos problemas.
Sobre a relação com a mãe, Natasha mostrou-se bastante revoltada e ressentida por não terem uma relação de intimidade. Acha que a mãe não se importa com ela, preferindo os irmãos, e que não a valoriza.
Natasha tem poucas lembranças de sua infância, mas afirmou “carregar um trauma” de ter sido sempre a culpada de tudo entre os irmãos, e a que mais apanhou do pai.
Sempre foi vista como, “a que só dá trabalho”, “a que só vai pro mau caminho”, “a que não presta”. Apesar disso, salientou que sua relação com o pai era muito boa, inclusive parecendo existir uma certa “aliança” e cumplicidade entre os dois.
Natasha se considera uma pessoa muito impulsiva e reativa (envolveu-se em brigas e discussões com professores e colegas). Algumas vezes teve o apoio do pai nessas brigas, embora por outro lado também apanhasse dele pelas reclamações da escola.
Confia e gosta muito do irmão e já teve sérios problemas com a irmã. Em uma das brigas, a irmã teria dito que ela era adotada e que deveria procurar sua família. Desde então, Natasha desconfia dessa história, e carrega essa dúvida até hoje.
Começou a fumar cigarro aos 13 anos e logo depois maconha e cocaína. Seu vício maior é a cocaína e a cada final de semana a intensidade do uso de drogas vem aumentando.
Sempre se relacionou com namorados usuários de drogas e assume que a droga serve como um anestésico, fazendo com que não tenha que se deparar com seus problemas e sofrimentos.
Sob efeito das drogas consegue “isolar os pais”: “e aí não me atinge em nada”.
Natasha já chegou em casa drogada várias vezes e seus pais nunca lhe perguntaram se algo estava acontecendo.
Nesse sentido, reclamou da indiferença com que se sente tratada em casa: “eles não são de me olhar”.
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Por exemplo, embora ela tenha um piercing (grande e colorido) na língua, os pais nunca perceberam isso.
No que diz respeito aos relacionamentos atuais, tanto as relações de amizade quanto as amorosas são permeadas por inseguranças, dificuldades em confiar e sensação de não ser amada. Como não pode namorar, seguidamente “inventa histórias” para poder sair e se encontrar com o namorado.
Denota tensão, angústia, não havendo expressão de afetividade entre os mesmos.
minha filha é portadora desse transtorno,por isso tenho algumas dúvidas,além de se cortar,ela faz do seu quarto um verdadeiro lixão,ñ sei se ela quer me atingir ou se faz parte do quadro do TPB,ela toma remédios,tem acompanhamento psicológico e psiquiátrico,ela tem 13anos,é filha do coração e sempre foi muito amada ,mas devido esse comportamento,ñ consigo dar muito carinho,poq atenção ela exige 24horas,me sufoca muito,destrói tudo o que toca,inclusive tdo que é meu,ñ sei o que fazer pois o foco dela sou EU.As vezes me sinto fraca e impotente para ajuda-la,além disso sempre fui muito equilibrada,mas confesso que estou cansada de lutar.é como se eu nadasse nadasse e não chego na praia por favor me de algumas dicas.
ResponderExcluirOlá Salete
ResponderExcluirEm primeiro lugar, você precisa cuidar de si mesma.
Não é possível ajudar o outro quando nós mesmos não estamos bem.
Sobre o assunto do quarto, isso é comum a todas as pessoas com algum transtorno psiquiatrico/psicologico.
Pode ler aqui:
http://vidadeumaborderline.blogspot.com.br/2012/08/o-inconsciente-da-casa.html
Quanto às dicas de como lidar, com ela, recomendo que você leia todas as postagens que tenho aqui no blog sob a tag: Dicas para o Cuidador. Elas estão aqui:
http://vidadeumaborderline.blogspot.com.br/search/label/Dicas%20para%20o%20Cuidador
São várias páginas, quando terminar a primeira, vá para a seguinte em Postagens mais antigas. E assim por diante.
E não se esqueça: cuide de sua saúde!!
Abraços!
Acho que a natasha é o elo mais fraco dessa confusão familiar , ela que sente mais que se auto destroi , que sofre mais , ela é vitima , nao recebe os carinhos e atenção devidos tem que se tratar a auto estima e o pai o alcoolismo e a mae tb a auto estima eu recomendaria que natasha fosse morar na casa de outra pessoa assim como avo , ou que a familia se separasse do pai
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