12/07/2010

Biografia dos Pré-Candidatos à Presidência

Conheça a trajetória de Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência pelo PT
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Filha do poeta e empresário búlgaro Pétar Russév (naturalizado no Brasil como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947 na cidade de Uberaba, Minas Gerais.
De família de classe média, estudou no tradicional Colégio Sion, de orientação católica. Em 1964, enquanto estudava no Colégio Estadual Central (hoje Escola Estadual Governador Milton Campos), começou a militar na Polop (Organização Revolucionária Marxista - Política Operária). No mesmo ano, ocorreu o golpe militar; já em 1967, casou-se com o jornalista Cláudio Galeno Linhares.
Depois da Polop, ingressou na Colina (Comando de Libertação Nacional), movimento adepto da luta armada. Em 1969, começou a viver na clandestinidade e foi obrigada a abandonar o curso de economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que havia iniciado dois anos antes.
Pouco depois, separou-se de Galeno e começou a morar em Porto Alegre (RS) com o advogado e militante de esquerda Carlos Araújo, que depois viria a ser deputado estadual. Com ele, Dilma teve sua única filha, Paula Rousseff Araújo.
Em julho de 1969, Colina e VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se uniram, criando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Apesar de ter recebido treinamento de guerrilha, Dilma nega ter participado de ações armadas; enquanto esteve na clandestinidade, usou vários codinomes, como Estela, Luiza, Maria Lúcia, Marina, Patrícia e Wanda.
Em janeiro de 1970, foi presa em São Paulo e ficou detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde foi torturada. No total, foi condenada a 6 anos e 1 mês de prisão, além ter os direitos políticos cassados por dez anos. No entanto, conseguiu redução da pena junto ao STM (Superior Tribunal Militar) e saiu da prisão no final de 1972.
Depois de ter morado em São Paulo e Rio de Janeiro, Dilma se estabeleceu em Porto Alegre, onde começou a trabalhar, em 1975, na FEE (Fundação de Economia e Estatística), órgão do governo gaúcho. Dois anos depois, formou-se em Economia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), sendo demitida da FEE após ter seu nome incluido em uma lista de "subversivos".

Nas décadas de 1980 e 1990, atuou no governo do Rio Grande do Sul, nas secretárias da Fazenda e de Energia, Minas e Comunicações, e nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Em 1989, fez campanha para Leonel Brizola (PDT), candidato a presidente; no segundo turno, apoiou Lula (PT). Desfiliou-se do PDT em 2001, quando entrou no PT.
Em 2003, assumiu o cargo de Ministra de Minas e Energia do governo Lula. Dilma defendia um modelo que não concentrasse todo o setor nas mãos do Estado, ao mesmo tempo em que o governo buscava se aproximar do mercado. A interlocução com o capital e o comando do programa Luz para Todos foram decisivos para que Dilma se tornasse, em 2005, ministra-chefe da Casa Civil no lugar de José Dirceu.

À frente de ambos os ministérios, tornou-se conhecida por ter um perfil tido como centralizador e técnico, bem como por suas fortes cobranças a ministros e assessores. Em sua gestão, também ganhou popularidade ao ser indicada pelo presidente Lula como gestora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No início de 2009, foi acometida por um câncer no sistema linfático e submetida a tratamento; a ex-ministra foi considerada curada por sua equipe médica em setembro do ano passado.
Conheça a trajetória de José Serra, pré-candidato à Presidência pelo PSDB
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Nascido no tradicional bairro da Mooca, em São Paulo (SP), em 19 de março de 1942, José Serra é filho do imigrante italiano Fracesco Serra e da brasileira Serafina Chirico Serra. 
Cresceu em uma família de classe média baixa - o pai custeou seus estudos vendendo frutas no Mercado Municipal. Em 1960, Serra ingressou no curso de Engenharia Civil da USP (Universidade de São Paulo), onde daria início a sua militância política no movimento estudantil.
No ano de 1962, foi eleito presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e, no mesmo ano, foi um dos fundadores da AP (Ação Popular), organização de esquerda ligada à Igreja Católica. Com o Golpe de 1964, teve de fugir do País, seguindo primeiro para a Bolívia e, depois, para a França.
Abandonou o curso de engenharia, mas conseguiu retornar para o Brasil em 1965. No entanto, foi novamente perseguido pelo regime e decidiu exilar-se no Chile, onde faria mestrado em economia e conheceria sua mulher, a bailarina Monica Allende, mãe de seus dois filhos, Verônica e Luciano.
No Chile, concluiu seus estudos, foi professor da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e trabalhou na vida acadêmica até a deposição do presidente Salvador Allende, em 1973. De lá, embarcou para os Estados Unidos, onde doutorou-se em Ciências Econômicas na Universidade de Cornell.
Regressou para o Brasil em 1977, dois anos antes da promulgação da Lei de Anistia, e teve uma candidatura a deputado pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) impugnada pelo regime no ano seguinte. Também deu aulas na Unicamp (Universidade de Campinas).
Na década de 1980, coordenou o programa de governo de Franco Montoro (PMDB) ao governo do Estado de São Paulo; eleito, Montoro colocou Serra à frente da Secretaria Estadual de Planejamento. Deixou o cargo em 1986 para disputar - e ganhar - uma cadeira na Assembleia Nacional Constituinte pelo PMDB.
Foi um dos fundadores, em 1988, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira); no mesmo ano, foi um dos candidatos derrotados nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Em 1990, retornou à Câmara dos Deputados e, em 1994, elegeu-se senador. No ano seguinte, assumiu o Ministério do Planejamento. Deixou o cargo em 1996 para disputar pela segunda vez a Prefeitura de São Paulo. Ficou em 3º lugar.
Serra voltou a assumir em 1998 um ministério no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), dessa vez a pasta da Saúde, onde ganhou enorme popularidade por conta da implementação dos remédios genéricos e da criação de um programa de combate a AIDS reconhecido internacionalmente.
Deixou o cargo no início de 2002 para se candidatar à Presidência da República. Chegou ao segundo turno, mas perdeu para Lula (PT) por 61,27% a 38,73%.
Em novembro de 2003, Serra foi eleito presidente nacional do PSDB. Deixou o cargo em 2005, ano em que assumiu a Prefeitura de São Paulo após derrotar a petista Marta Suplicy. Um ano depois, saiu do posto para concorrer ao governo do Estado paulista.
Eleito, permaneceu governador até maio deste ano, quando lançou-se pela segunda vez como pré-candidato à Presidência da República. É tido como centralizador em sua maneira de gerenciar problemas administrativos, além de ser conhecido por trabalhar durante a madrugada.

Conheça a trajetória de Marina Silva, pré-candidata à Presidência pelo PV

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Filha de família pobre, Maria Osmarina Marina Silva de Lima nasceu em 8 de fevereiro de 1958 em uma casa sobre palafitas localizada em Seringal Bagaço, no Acre. Seus pais, Pedro Augusto e Maria Augusta da Silva, eram seringueiros e tiveram 11 filhos, dos quais 8 sobreviveram. 
Chegou a passar fome e, aos 16 anos, mudou-se para Rio Branco (AC), onde foi alfabetizada pelo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização); pouco depois, teve na função de empregada doméstica seu primeiro emprego.
Ainda jovem, foi aspirante a freira em um convento da capital acriana. Participou das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e, em 1981, ingressou no curso de História da Universidade Federal do Acre, onde entrou em contato com os ideais marxistas e aproximou-se do PRC (Partido Revolucionário Comunista), à época abrigado dentro do PT (Partido dos Trabalhadores).
Marina passou a trabalhar como professora de ensino médio e atuou no movimento sindical, tornando-se aliada de Chico Mendes, com quem fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre em 1984.
No ano de 1985, filiou-se ao PT, apesar de ter militado no partido desde a sua fundação e, em 1986, concluiu o ensino superior. Em 1988, foi a vereadora mais votada para a Câmara Municipal de Rio Branco; dois anos depois, foi eleita deputada estadual com a maior votação do Acre. Pouco depois, foi submetida a um longo tratamento devido à contaminação por metais pesados ocorrida quando ainda vivia em seringais.
Em 1994, candidatou-se ao Senado, tornando-se, aos 36 anos, a senadora mais jovem da história da República. Reelegeu-se em 2002, com votação quase três vezes maior que a anterior.
Em 2003, assumiu o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula, posto que lhe assegurou reconhecimento internacional e popularidade interna. 
Em sua gestão, conseguiu diminuir o desmatamento na Amazônia em 60% entre 2004 e 2007, segundo a Sophie Foundation, que a premiou em US$ 100 mil por seus esforços em defesa da floresta.
Em 2007, Marina foi agraciada com o prêmio “Champions of the Earth”, da ONU (Organização das Nações Unidas), por sua luta pela conservação da Amazônia. No mesmo ano, o jornal britânico The Guardian apontou a senadora como uma das "50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta".
Permaneceu no cargo até maio de 2008, quando se desligou do cargo após atritos com ministérios ligados às áreas de infraesturtura e desenvolvimento. Em 2009, Marina saiu do PT alegando falta de sustentação política para seus projetos. Filiou-se ao PV em agosto do mesmo ano. Evangélica, Marina atualmente frequenta a Assembleia de Deus; é casada com Fábio Vaz de Lima e tem quatro filhos.

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